Dos territórios queimados, 68,4% eram de vegetação nativa, enquanto 31,6% estavam relacionados à atividade humana, especialmente à agropecuária. Os biomas mais impactados foram o Cerrado e a Amazônia, que juntos correspondem a 86% da área queimada.
Embora seja difícil determinar a origem exata dos incêndios através das imagens de satélite, a coordenadora do MapBiomas Fogo, Ane Alencar, ressaltou que a maioria das queimadas não é de origem natural, ocorrendo principalmente durante o período seco, quando descargas elétricas são menos comuns.
A estação seca, que vai de julho a outubro, concentra 79% das queimadas no Brasil, com setembro representando um terço desse total. Os estados mais afetados foram Mato Grosso, Pará e Maranhão, responsáveis por 46% da área queimada. Os municípios que lideraram as estatísticas de queimadas foram Corumbá (MS), São Félix do Xingu (PA) e Formosa do Rio Preto (BA).
Entre os biomas, o Cerrado foi o mais atingido, com 44% da área queimada totalizando 88,5 milhões de hectares, seguido pela Amazônia, com 19,6% (82,7 milhões de hectares), e o Pantanal, que embora represente apenas 4,5% do território nacional, teve 9 milhões de hectares queimados, correspondendo a 59,2% do bioma.
Ane Alencar enfatizou os impactos negativos dos incêndios nos ecossistemas, especialmente nas formações florestais sensíveis ao fogo, como a Amazônia. Ela alertou para a lentidão na recuperação dessas áreas afetadas, que se tornam mais propensas a futuros incêndios, exacerbando o ciclo de degradação.
Por fim, o estudo do MapBiomas destacou a importância dos dados para orientar políticas públicas de prevenção e combate a incêndios, além de promover a responsabilização e o monitoramento das áreas de maior risco.