“Ó Deus, cada geração anunciará à seguinte as coisas que tens feito, e todos louvarão os teus atos poderosos.”
Salmos 145:4 NTLH
O período de fim de ano tem suas controvérsias, para uns, tempo de muitas festas e alegrias, para outros, tempo de tristezas e solidão. Posso dizer que para mim já foi um tempo de muita apreensão e dores. Neste dezembro fará 10 anos de falecimento do meu filho mais velho. Já passei por todas as fases do luto, já estive morta, e hoje estou viva. Compartilho esta minha verdade quando alguém fica sabendo da minha história, porque se posso ajudar e trazer esperança, sempre testemunho que Deus cura até mesmo o luto. É possível fazer os processos no tempo, é possível viver para ver o sol voltar a brilhar em meio à escuridão e céus nublados, é possível que o inverno rigoroso se transforme em uma linda primavera.
Hoje, meu filho mais novo está com 13 anos, e há dois anos Deus tem colocado no meu coração e no meu olhar uma chamada para esta geração, para entender quão importante é o apontamento de direção de uma geração para outra. Como é imprescindível que os valores, que as experiências e histórias sejam compartilhadas. Percebo de uma maneira geral, que nós, brasileiros, ainda não carregamos o peso de honra da nossa história, ainda estamos redescobrindo nossa história e aprendendo a passos lentos que um povo sem história, está fadado a ser um povo sem futuro. Infelizmente, isto também se aplica a milhares de núcleos familiares, nos quais as histórias e as experiências são pouco contadas e valorizadas, assim como ainda falta um peso de honra às histórias dos mais velhos.
Ao pensar sobre a importância de ensinar meu filho, às minhas sobrinhas, também começo a ampliar minha visão e pensar não apenas sobre este pequeno núcleo, mas me uno ao salmista para pensar sobre a próxima geração. Abro meus olhos e me sinto chamada a me comprometer com muitos que nem conheço e fazer minha parte para com aqueles que me é possível. Ao ter esta compreensão, percebi que muitas outras mães e mulheres também se despertaram para clamar, orar e zelar pela próxima geração. Hoje conheço vários grupos, e faço parte de pelo menos quatro, que estão olhando atentamente para preservar e incentivar valores sobre a nova geração. Se apenas uma geração perder sua fé, uma geração for pulada para a próxima, a fé com certeza será abalada, e a espiritualidade, tão importante para os seres humanos, será enfraquecida, o que ecoará em pessoas com muitos problemas de incompletude e necessidades.
Que possamos aproveitar este tempo de encerramento de período de ano para ampliar nossa visão, para olhar e nos comprometer em ajudar uma nova geração com tantos desafios. Com certeza, o mundo que estamos vivenciando é um grande desafio para os adultos, imagina para os menores. São tantas questões difíceis, tantas ansiedades, dores e medos, inseguranças, e competições. Meu anseio e oração é para que existam em todas as famílias, igrejas, escolas, bairros e cidades, pessoas dispostas a zelar pela nova geração, a ajudar estes pequenos a crescerem como gente de valor, gente de fé, gente com humanidade verdadeira, preparadas para fazerem boas e justas escolha na sociedade.
Simone Saiter é formada em Geografia na UFES e curso Livre de Teologia na Faculdade UNIDA. Líder por vários anos na Igreja Viva e membro na primeira Igreja Batista Praia da Costa. Esposa, mãe, artista, empreendedora e participante das Mães em Oração Espírito Santo.