“Ó Deus, cada geração anunciará à seguinte as coisas que tens feito, e todos louvarão os teus atos poderosos. ”
Salmos 145:4 NTLH
Olhamos ao redor e o mundo tem no assustado, vemos comportamentos de pessoas visivelmente feridas e descompensadas emocionalmente. Atitudes de descontroles e ira que eram esporádicas e exceções, se tornando cada vez mais cotidianas e comuns. Quando penso sobre uma resposta que possa me trazer entendimento, tenho encontrado apenas uma, que ao meu ver é a base para tantos desdobramentos deste tempo, que é o distanciamento de Deus. Nele está o equilíbrio do ser-humano criado à Sua imagem e semelhança, no Criador está toda bondade, justiça e retidão, mas quanto mais distantes Dele, desta fonte de vida, mais nos abrimos e nos entregamos a todo tipo de maldade e desequilíbrios mentais e emocionais.
A humanidade caminha acreditando, com muita fé, nela mesma, uma fé que me assusta por ser tão equivocada. Acreditamos num auto bondade humana, num auto capacidade de fazer um próspero processo de aprimoramento, mas o que temos percebido é uma grande catástrofe em curso rápido. Não há como amar, sem a fonte do amor, Deus é amor, não há bondade quando a semelhança com o bondoso Criador é desprezada. Diante deste quadro e fazendo esta reflexão, chegamos novamente ao ponto crucial, que tipo de filhos estamos criando, que tipo de legado estamos transmitindo? Que tipo de pessoas, de cidadãos, desejamos para o futuro da nossa sociedade?
Retornemos aos princípios fundamentais, aos valores cruciais para se viver em comunidade, para se viver em paz e com dignidade. A família é a base, o lugar para se aprender a amar, a respeitar, a falar a verdade e andar corretamente, quando ela não cumpre seu papel não há como obter bons resultados, e o que temos visto, principalmente no nosso país, é um grande abismo e uma grande catástrofe. Porém, se perdermos a esperança, é certo que já perdemos a fé, por isto, a importância de olhar hoje, ainda hoje, para nossa mais nova geração. Se trabalharmos, se nos posicionarmos, com certeza colheremos bons frutos. Não é fácil fazer o certo, é infinitamente mais penoso, do que simplesmente deixar acontecer, deixar o curso seguir. Sempre penso na maldade como um rio caudaloso que flui sem parar, mas a bondade requer um grande esforço, como remar contra o fluxo da maré.
Neste encerramento de ano, neste fechar de mais um ciclo, nos levantemos para olhar nossa família, para além da nossa casa, para toda nossa família e também para além da nossa família, para as famílias com as quais convivemos, para os amigos dos nossos filhos, para as comunidades de fé, e nos levantemos por esta nova geração. Vamos deixar o legado da fé e do bom caráter, das escolhas corretas, mesmo que penosas, da hombridade, da dignidade, da importância do esforço, da importância de enfrentar as dificuldades sem meninices. Sempre falo para o meu filho _ “a vida é difícil”! Porém, o mais difícil não é falar para ele e fazê-lo até repetir esta frase, mas ensiná-lo a cada dia que ele tem condições de vencer as dificuldades, e que elas estão aí para fazê-lo crescer e ser um homem de verdade. Que possamos apontar o Deus Salvador, o Deus que se fez menino, que nasceu num lugar tão humilde para exaltar e resgatar o ser-humano ao lugar da Sua imagem e semelhança, ao lugar de filhos benditos do Pai. Tenhamos fé, Jesus Cristo nasceu. O Emanuel, Deus conosco, já está no meio de nós.
Simone Saiter é formada em Geografia na UFES e curso Livre de Teologia na Faculdade UNIDA. Líder por vários anos na Igreja Viva e membro na primeira Igreja Batista Praia da Costa. Esposa, mãe, artista, empreendedora e participante das Mães em Oração Espírito Santo.