Na última terça-feira (19), o Brasil e o Reino Unido formalizaram a criação da Missão de Financiamento da Aliança Global de Energia Limpa (GCPA) durante um evento realizado no Rio de Janeiro. O protocolo de intenções foi assinado pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A iniciativa visa aumentar os investimentos em energias renováveis, com a meta de dobrar a eficiência energética e triplicar a capacidade instalada de fontes limpas até 2030. As metas estão em linha com os compromissos do Acordo de Paris, enfatizando a importância da transição energética global.
Além do Brasil e do Reino Unido, a GCPA conta com a adesão de nações como França, Noruega, Alemanha, Chile, Colômbia, Tanzânia e Emirados Árabes Unidos. Os países signatários destacam que a transição para a energia limpa proporcionará uma oportunidade única para transformações econômicas e industriais, além de gerar empregos qualificados e apoiar o crescimento sustentável.
Conforme o acordo estabelecido, os países participantes terão até abril de 2025 para elaborar um plano de ação com medidas concretas que ajudem a impulsionar a transição energética. Essas ações estarão alinhadas às próximas cúpulas climáticas, COP30 e COP31, com o objetivo de assegurar avanços significativos nas discussões sobre energia limpa.
De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), as economias avançadas e a China precisam dobrar os investimentos em energia limpa até 2030, enquanto nos Mercados Emergentes e Economias em Desenvolvimento (EMEDs), esse crescimento deve ser seis vezes superior ao atual. Apesar de abrigarem dois terços da população mundial, essas regiões recebem apenas 15% do total de recursos destinados a energia limpa.
Conforme informou o Ministério da Fazenda, a maior parte dos recursos necessários para a transição energética deverá provir do setor privado. Para isso, os países signatários comprometem-se a criar condições favoráveis que atraiam investimentos, desenvolvam projetos viáveis e ofereçam soluções financeiras que minimizem os riscos para os investidores. Além disso, haverá esforços para facilitar a conexão entre investidores e iniciativas prioritárias.
Recentemente, o Brasil lançou a Plataforma Brasil de Investimento Climático e para a Transformação Ecológica (BIP) nos Estados Unidos. O objetivo é atrair recursos e ampliar as oportunidades de transição energética no país.
O protocolo prevê a implementação de reformas destinadas à remoção de barreiras que impedem os investimentos, bem como ao fortalecimento dos setores de energia e finanças. A meta é promover a industrialização verde, estimular a inovação tecnológica e desenvolver cadeias de suprimento sustentáveis.