9 de dezembro de 2024
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Impacto da Retorno de Trump ao Comportamento Comercial dos EUA

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A eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos para 2025 é interpretada por analistas como um cenário desfavorável para o Brasil. A expectativa é que a administração Trump implemente um padrão econômico mais protecionista, em contraste com um desejo brasileiro de uma economia americana mais aberta.

Aumento das Tarifas de Importação

Caso as promessas de campanha de Trump sejam cumpridas, espera-se que ocorram aumentos significativos nas tarifas de importação. Estimativas sugerem incrementos entre 10% e 20% sobre a maioria das importações dos EUA, afetando também países aliados. Em relação à China, tarifas podem chegar a 60%.

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Consequências Diretas para o Brasil

Os setores mais impactados incluem agricultura, biocombustíveis e metalurgia. Em 2023, a balança comercial brasileira com os EUA apresentou um déficit, com exportações totalizando US$ 36,9 bilhões e importações em US$ 38 bilhões.

As exportações de produtos primários como ferro e aço constituíram 13% do total, com outros produtos como componentes de engenharia civil e ligas metálicas representando 4,8% e 4,6%, respectivamente.

Medidas Antidumping e Impacto à Indústria

A indústria brasileira já enfrenta desafios devido a medidas antidumping aplicadas a aço, alumínio e cobre. Além disso, a exportação de autopeças e equipamentos, especialmente de multinacionais americanas no Brasil, também pode ser afetada.

Efeitos Indiretos das Sanções a Produtos Chineses

A estratégia de Trump contra os produtos chineses pode gerar efeitos adversos para o Brasil, uma vez que uma redução nas importações chinesas pode diminuir a demanda por commodities brasileiras. José Augusto de Castro, presidente da AEB, ressalta que isso pode afetar negativamente a maioria dos países exportadores, incluindo o Brasil.

Dificuldades no Comércio com a América do Sul

A relação comercial com a América do Sul e Central também pode ser prejudicada, uma vez que a China ganhou espaço nesse mercado. Marcos Lélis, especialista em economia internacional, alerta que a dificuldade de retorno das exportações para esses locais, que foram saturados por produtos chineses, permanece um desafio.

Expectativas Inflacionárias e Impacto no Dólar

O professor Márcio Garcia, da PUC-Rio, observa que a expansão fiscal planejada por Trump, incluindo cortes de impostos para os mais ricos, pode aumentar o déficit público. Isso suscita preocupações sobre a credibilidade dos títulos do Tesouro americano, que poderiam ser considerados arriscados.

Lélis complementa que a implementação dessas tarifas pode resultar em pressões inflacionárias nos EUA, dificultando a redução das taxas de juros. Essa situação pode resultar em um dólar mais forte, complicando a política monetária brasileira.

Relações Diplomáticas e Investimentos Diretos

Com a presidência de Trump, surgem incertezas sobre a relação com o governo do presidente Lula. O Brasil foi o oitavo principal destino dos investimentos diretos americanos em 2022, totalizando US$ 246 bilhões. Do lado brasileiro, os investimentos nos EUA alcançaram US$ 13 bilhões no mesmo ano, predominantemente em manufatura e setores químicos.

Considerações sobre Primeiro Mandato e Ideologia

Críticos argumentam que um distanciamento entre Trump e Lula poderia favorecer uma aproximação com líderes ultra-liberais na América Latina, como Javier Milei na Argentina. Barral aponta que, historicamente, Lula teve uma relação mais amigável com o republicano George W. Bush do que com o democrata Barack Obama.

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