14 de janeiro de 2025
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Brasil enfrenta o desafio da interiorização com 64 parques tecnológicos

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Os parques tecnológicos desempenham um papel essencial na inovação da economia brasileira, servindo como pontos de conexão entre universidades, empresas e governos. Neste mês, celebramos 40 anos de existência dos dois parques mais antigos em operação: o de São Carlos, em São Paulo, e o de Campina Grande, na Paraíba. Esses espaços têm se mostrado fundamentais na transformação de ideias em produtos e serviços inovadores.

De acordo com dados da plataforma InovaData, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Brasil conta atualmente com 64 parques tecnológicos ativos. Além desses, existem 29 em processo de implantação e oito em fase de planejamento. Para a diretora de Apoio aos Ecossistemas de Inovação do MCTI, Sheila Pires, esses locais são cruciais para as estratégias de desenvolvimento do país nas áreas de ciência, tecnologia, transição energética e bioeconomia.

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“A interiorização é um objetivo prioritário”, destaca Sheila, mencionando que a maioria dos parques está concentrada nas regiões Sul e Sudeste, especialmente nas áreas metropolitanas. Ela ressalta a escassez de parques nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, onde o Brasil ainda tem muito espaço para crescer. Na região Norte, por exemplo, existe apenas um parque ativo, localizado no Pará, com duas outras iniciativas em desenvolvimento.

Adriana Ferreira de Faria, presidente da Anprotec, acrescenta que as aproximadamente 3 mil empresas instaladas nos parques tecnológicos impactam significativamente as economias locais e nacionalmente. Nos últimos anos, essas empresas reportaram um faturamento de R$ 15 bilhões e a criação de mais de 75 mil empregos. Ao longo de três décadas, o governo brasileiro investiu cerca de R$ 7 bilhões em políticas públicas para apoiar esses ambientes, evidenciando a relevância dos parques no desenvolvimento econômico.

Com a maioria dos parques na fase inicial, a expectativa é que eles se tornem mais robustos e impactantes ao longo dos próximos 20 a 25 anos, quando atingirem a maturidade típica desse tipo de empreendimento.

A história dos parques tecnológicos no Brasil remonta a 1984, quando o CNPq, liderado por Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque, reconheceu a necessidade de conectar centros de pesquisa ao setor empresarial para promover a inovação. Essa ideia já vinha sendo aplicada em outros países, e o Brasil se viu na urgência de se integrar a esse modelo global.

O primeiro parque tecnológico do Brasil foi criado em São Carlos, em 1984, onde, anos depois, a primeira empresa incubada desenvolveu tecnologia pioneira, como a produção de lasers e leitores de código de barras. O impacto desse parque é notável, especialmente em termos de formação acadêmica: para cada 100 habitantes de São Carlos, há uma pessoa com doutorado.

São José dos Campos, por sua vez, é considerado o primeiro polo tecnológico do Brasil, abrigando instituições como a Embraer e o ITA, e, em 2006, estabeleceu o Parque de Inovação Tecnológica, hoje home de quase 400 empresas focadas, em boa parte, no setor aeroespacial.

Esses parques tecnológicos não só fomentam a inovação como também atuam como imãs para investimentos e talentos, interligando a pesquisa acadêmica a aplicações práticas no mercado. A lógica é clara: unir academia e setor produtivo é o caminho para transformar potencial em realidade e colocar o Brasil na vanguarda da inovação tecnológica.

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