11 de fevereiro de 2025
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Mostra de videografias protagonizadas por mulheres surdas e cegas estreia nos cinemas de Vitória

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Um coletivo formado por mulheres cegas, surdas e ouvintes-videntes está apresentando a mostra de videografia contemporânea “Nada Me Falta”. O evento ocorre em Vitória, com exibições programadas no Cine Jardins no dia 31 de julho (quarta-feira) e no Cine Metrópolis no dia 1º de agosto (quinta-feira), ambos com entrada gratuita. A mostra, que dura 30 minutos, é composta por quinze vídeos que mesclam ações filmadas em diversos cenários externos com relatos de vida emocionais e inspiradores.

A diretora Rejane Arruda selecionou doze mulheres surdas e cegas durante um workshop realizado em dezembro de 2023. Ao longo de quatro meses, as nove participantes cegas e as três surdas dedicaram-se intensamente ao processo criativo. O objetivo foi explorar e integrar as diferentes formas de perceber, ouvir e se comunicar, utilizando cenários diversos da Grande Vitória, como a pedreira de Maruípe, a praia da Barra do Jucu, um parque de diversões, além de ruas e residências em bairros da Região Metropolitana onde as participantes vivem.

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Patrocinada pela empresa Transportadora Associada de Gás TAG e com o apoio do Governo do Estado através da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba (LICC), a mostra “Nada Me Falta” é uma realização da Associação Sociedade Cultura e Arte (SOCA Brasil) em colaboração com a Cia Poéticas da Cena Contemporânea.

Além de explorar a linguagem e os dispositivos de subjetivação, a videografia de “Nada Me Falta” debate temas como cultura, identidade e inclusão. Por exemplo, no vídeo “Mão com Mão”, Ester Correia, uma mulher surda, ensina a Língua Brasileira de Sinais para Cinthya de Oliveira, uma mulher cega, através da Libras Tátil. “Tecla Espaço” destaca a importância da disseminação da escrita em Braille, enquanto “Os Dedos da Nona” apresenta a cultura da música como um meio de transpor barreiras linguísticas, mostrando Geovana Santos, cega, reconhecendo a 9ª Sinfonia de Beethoven tocada por Leidiane Dias, surda.

A mostra também oferece um painel diversificado de histórias de vida e identidades, como em “Meu Primeiro Grande Amor”, onde Eusilane Lopes testemunha uma relação homoafetiva de dezesseis anos, e em “Calma Doido!”, que revela a busca de um parceiro por Alice Dordenoni, uma mulher cega, através de sites na internet. Em “Caimento”, a cantora Maria Trancoso compartilha detalhes sobre sua relação com o autocuidado. Já Cinthya de Oliveira, cega desde o nascimento, vive fortes emoções na montanha-russa de “Só Doidera”. Esses vídeos destacam realidades e contextos de vida diversos, com identidades marcantes.

Após a pré-estreia no Cine Jardins em 31 de julho, está previsto um bate-papo com as artistas participantes. No dia seguinte, 1º de agosto, a estreia ocorrerá no Cine Metrópolis, seguida pelo lançamento no site www.nadamefaltadigital.com. Durante o evento, será realizado o debate “Arte como Afirmação de Identidades”, com a presença da pesquisadora em Educação, Cultura e Subjetividades, Maria Carolina de Andrade Freitas, da UEMG.

A SOCA Brasil, que já se destacou com a Escola de Fotógrafos Cegos iniciada em agosto de 2022, desenvolveu um workshop de criação de vídeo a partir da experiência dos encontros para a produção das videografias de “Nada Me Falta”. As inscrições para o workshop, que acontecerá em 1º de agosto no Cine Metrópolis antes da mostra artística à noite, estão abertas através do formulário disponível no perfil do Instagram @nada.me.falta.

O nome provocativo da mostra – “Nada Me Falta” – enfatiza as diversas formas de viver, questionar e perceber o mundo. Segundo Rejane Arruda, diretora do projeto, os 15 vídeos da mostra buscam evidenciar que as diferenças são o fundamento que nos une como seres humanos: “Nada Me Falta” a mim, mulher surda, porque posso ouvir através da Língua Brasileira de Sinais; “Nada Me Falta” a mim, mulher cega, porque posso enxergar de outras maneiras.

A SOCA Brasil, através de suas realizações como a “Orquestra Brasileira de Cantores Cegos” e o “Cena Diversa”, reitera que a deficiência, quando acolhida pela arte, revela-se como potência. Estas iniciativas são parte essencial do compromisso da SOCA em promover inclusão através da expressão artística.

Serviço:

Pré-estreia da Mostra “Nada Me Falta: Videografia de Mulheres Surdas, Cegas e Ouvintes-videntes em Interação”

Cine Jardins

31/07 (quarta-feira), às 19h30

Duração: 28 minutos

Bate-papo com as artistas participantes após a exibição.

Estreia da Mostra “Nada Me Falta: Videografia de Mulheres Surdas, Cegas e Ouvintes-videntes em Interação”

Cine Metrópolis

01/08 (quinta-feira), às 19h30

Duração: 28 minutos

Debate “Arte como Afirmação de Identidades” após a exibição.

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