Matheus Stein Pinheiro, de 24 anos, namorado e suspeito de matar a estudante Ana Carolina Rocha Kurth, da mesma idade, foi preso na noite desta quarta-feira (17) em Vitória.
Logo depois de ser preso na casa da família dele, o jovem foi levado para o Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP), em Vitória.
Imagens mostram o universitário no corredor do 10º andar do prédio no Centro de Vitória, onde o crime aconteceu, logo depois de ter assassinado a namorada a facadas, dentro do apartamento.
No vídeo, ele “chama” o elevador. Quando a porta abre, um outro homem sai e ele entra. A outra pessoa retorna rapidamente e desce com o suspeito.
O estudante de Direito chegou a se apresentar à Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (17) quase dois dias após o crime.
A advogada Lidiane Lahas, que responde pela defesa do universitário, disse que ele se ausentou do local do crime para fugir do flagrante.
“Ele só ficou realmente sem saber o que fazer. Ele é estudante de Direito e ele saiu para fugir do flagrante. Decidiu se apresentar, veio voluntariamente, não havia mandado de prisão, nem intimação, então ele compareceu e agora está à disposição da justiça”, disse a advogada.
A advogada do universitário disse ainda que todos os procedimentos foram feitos, mas questionada sobre o que o cliente disse sobre a morte da namoradora, ela disse apenas que não sabia de nada.
“Foi feito todo o procedimento, as fotografias, ele foi ouvido. Nesse momento, a gente não vai divulgar a estratégia, mas o que a gente vai garantir é que ele tenha uma defesa como qualquer cidadão independentemente do crime. Não comentamos sobre o ocorrido. Ele está à disposição e vai se manifestar em um momento oportuno”, finalizou a advogada de Matheus.
Liberado após prestar depoimento
A Polícia Civil confirmou que o suspeito do crime se apresentou espontaneamente na Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM) e contou a versão dele sobre os fatos.
Também disse que como não está em situação de flagrante e nem tem mandado de prisão em aberto, o universitário foi liberado após prestar depoimento.
“A Polícia Civil esclarece que a legislação brasileira estabelece que a prisão de suspeitos só deve ocorrer em situações de flagrante delito ou mediante mandado de prisão em aberto. No caso em questão, não se configurou nenhuma das duas ocasiões. Dessa forma, o depoimento foi coletado na DHPM e o suspeito liberado. O caso segue sob investigação e detalhes serão divulgados em momento oportuno”, informou a corporação.
Família faz desabafo emocionado durante enterro
Tânia Madalena Rocha, tia e mãe de criação de Ana Carolina Rocha Kurth, de 24 anos, morta a facadas dentro de um apartamento no 10º andar de um prédio na Rua Gama Rosa, no Centro de Vitória, fez um desabafo durante o sepultamento da jovem na tarde de terça-feira (16).
Tânia disse ainda que o suspeito de cometer o crime foi o primeiro namorado da sobrinha, considerada uma filha para ela.
“Primeiro namorado, um monstro passou na frente da minha filha e eu não pude defender. Eu não pude cuidar, eu não pude proteger. É isso que me revolta. Eu quero justiça, quero esse homem preso”, disse a tia e mãe de criação da jovem assassinada.
Muito emocionada, Tânia conversou com a reportagem de um canaal de TV capixaba em frente ao cemitério de Viana, onde o corpo de Ana Carolina foi sepultado, e pediu justiça pela morte da sobrinha.
“Minha filha! Matou ela com crueldade, sem pena, sem dó. Ele precisa ser preso, condenado. Justiça! Eu preciso de justiça! Nós precisamos de justiça pela Ana Carolina Rocha Kurt, por todas as moças, moças frágeis, delicadas, dóceis”, disse Tânia.
Casal tinha histórico de brigas
Vizinhos contaram que, ao ser questionado sobre o barulho vindo do apartamento, o homem teria dito, ao ser flagrado saindo do imóvel com roupas limpas, que ia para a faculdade. Ele saiu com uma mochila caminhando em direção à parte baixa da Rua Gama Rosa e não foi mais visto.
Preocupados, moradores ligaram para o pai do jovem, que é dono do imóvel. Quando o homem chegou ao local, encontrou a nora ferida. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) foi acionado, mas Ana Carolina já estava morta.
Ana Carolina foi ferida principalmente no rosto. Vizinhos contaram que o casal morava junto há cerca de três meses e já tinha um histórico de brigas e confusões no prédio. Por algumas vezes, vizinhos teriam acionado a polícia preocupados, mas a situação era resolvida no próprio local.
O apartamento onde o crime aconteceu foi lacrado após o trabalho dos peritos na noite desta segunda-feira.
Moradores estão proibidos de acessar o local. Imagens de câmeras de segurança do prédio flagraram o suspeito saindo do prédio e foram entregues à polícia.
