O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) está conduzindo um amplo mapeamento das restingas e dunas no estado do Espírito Santo. O objetivo principal é coletar informações detalhadas sobre a vegetação e as características das dunas, visando à fiscalização efetiva e à implementação de políticas públicas de preservação ambiental. As equipes responsáveis pelo trabalho pertencem à Gerência de Recursos Naturais (GRN) e à Coordenação de Geomática (CGEO) do Iema.
Utilizando a plataforma online GEOIEMA, desenvolvida pelos servidores da CGEO, está sendo realizado um levantamento cartográfico detalhado da vegetação nas áreas de dunas ao longo da planície costeira em todo o estado. Além disso, uma abordagem inovadora está sendo empregada com a técnica da termoluminescência, permitindo a datação dos depósitos eólicos que sustentam as dunas, com foco especial no mapeamento das restingas, em particular no Parque Estadual de Itaúnas (PEI).
A termoluminescência é um método que proporciona a obtenção da idade da última exposição de grãos de quartzo à radiação ionizante solar. Ao soterrarem-se, esses grãos param de receber tal radiação, permitindo, em laboratório, a medição da termoluminescência e, consequentemente, o cálculo da última vez em que foram soterrados. Essa informação é então correlacionada com a idade geológica da respectiva duna, onde as amostras foram coletadas, conforme explicou o servidor do Iema, Roberto Vervloet.
A vegetação de restinga desempenha um papel crucial na fixação das dunas costeiras ao longo da costa capixaba, tornando sua preservação imperativa de acordo com a Lei 12.651/12.
Simultaneamente ao mapeamento das restingas, é essencial conhecer a distribuição espacial detalhada das dunas, uma vez que a restinga se desenvolve sobre elas, contribuindo para sua fixação. Portanto, detalhar a gênese e a dinâmica geomorfológica das dunas ao longo da costa é crucial, conforme ressaltou o coordenador de Geomática do Iema, Pedro Ronchi.
O trabalho de mapeamento já está em andamento, e a previsão é de que a etapa de datação seja realizada no início do próximo ano. Isso permitirá avançar para a etapa final de conclusão do relatório, que será publicado como o volume 02 da ‘Série Mapeamentos CGEO’, elaborado pelo setor. O volume 01, abordando a análise espaço-temporal dos manguezais do Espírito Santo, já foi concluído e está em fase final de diagramação para a publicação como e-book, acrescentou Pedro Ronchi.