Uma pesquisa conduzida na Fazenda Experimental de Linhares pelo Incaper está focada em resolver a dificuldade de enraizamento apresentada por alguns clones de café conilon, um problema que prejudica tanto o crescimento quanto a produtividade das plantas.
A pesquisa, liderada pela doutora em fisiologia vegetal Sara Dousseau, avalia a eficácia de hormônios vegetais do tipo auxina para estimular o desenvolvimento das raízes em mudas produzidas por estaquia. Segundo Sara Dousseau, já foram identificadas formulações específicas e doses ideais que promovem um crescimento significativo das raízes. “Estamos analisando os dados para determinar quais tipos de auxina são mais eficientes,” explicou a pesquisadora.
Um dos experimentos indicou que a imersão das estacas no ácido indol-3-butírico (AIB) por três horas melhora a qualidade das mudas dos clones A1 e 153 do café conilon. Durante os estudos, foi observada uma inibição do crescimento da parte aérea das mudas, um efeito esperado do uso das auxinas. Para mitigar este problema, os pesquisadores combinaram a aplicação de auxinas com um biofertilizante que promove o desenvolvimento da parte aérea das plantas.
“Essa tecnologia foi validada em três ensaios, com resultados promissores. Estabelecemos as doses e os tempos de contato ideais para maximizar os benefícios dessa abordagem integrada,” destacou Sara Dousseau.
O próximo passo, após a validação dos resultados, será a transferência da tecnologia para os viveiristas locais, com o apoio dos extensionistas rurais do Incaper. O objetivo é capacitar os viveiristas para aplicar efetivamente essa nova estratégia em seus sistemas de produção de mudas de café conilon.
“Melhorando a qualidade das mudas entregues aos produtores rurais, estaremos contribuindo para fortalecer a sustentabilidade e a produtividade da cafeicultura na nossa região,” complementou Sara Dousseau.
A pesquisa conta com recursos do Consórcio Pesquisa Café e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Envolvendo bolsistas do Programa Institucional de Iniciação Científica e Tecnológica (ProICT) do Incaper, como Antonio Henrique Pasqualetti Ferreguetti, e do Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal da Universidade Federal do Espírito Santo, como Ana Júlia Câmara Jeveaux Machado, com bolsas concedidas pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes).