O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estabeleceu um período de cinco dias para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre a solicitação da Polícia Federal (PF) para compartilhar informações do inquérito relacionado ao golpe com as investigações sobre a atuação da “Abin Paralela” durante a presidência de Jair Bolsonaro.
Recentemente, o pedido foi formalizado ao ministro, que atua como relator do caso, pelo delegado Fábio Shor, responsável pelas investigações. O delegado afirmou que as evidências obtidas nas investigações sobre a tentativa de golpe podem ser cruciais para a elucidação do uso indevido da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
A Polícia Federal alegou que agentes e delegados da corporação que estavam cedidos à Abin, juntamente com servidores do órgão, estariam envolvidos em uma organização criminosa dedicada ao monitoramento ilegal de autoridades públicas durante o mandato de Bolsonaro.
O compartilhamento das investigações do golpe pode, ainda, servir como base para que a corregedoria da PF examine a conduta dos profissionais que atuavam na Abin.
No mês anterior, Bolsonaro e outros 36 associados foram indiciados pela PF devido à tentativa de golpe. As investigações indicam que o ex-presidente estava ciente de um plano para assassinar tanto Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quanto o vice-presidente Geraldo Alckmin.