No recente desenvolvimento da guerra na Ucrânia, o presidente russo, Vladimir Putin, fez uma grave declaração ao ameaçar atacar “centros de decisão em Kiev” com um novo míssil, o que se configura como uma das mais diretas ameaças ao presidente ucraniano Volodimir Zelenski desde o início do conflito em 2022. A declaração foi feita durante uma cúpula da Organização do Tratado de Segurança Coletiva, realizada em Astana, no Cazaquistão. Na mesma ocasião, um mega-ataque aéreo resultou em apagões que afetaram mais de 1 milhão de cidadãos na Ucrânia.
Putin justificou suas ações como uma resposta às permissões dadas pelos EUA e outros aliados para que Kiev use armamentos de longo alcance em operações contra alvos russos. Desde que recebeu essa autorização, Zelenski intensificou suas ofensivas, levando Putin a apresentar detalhes sobre o míssil balístico Orechnik, uma arma considerada única e com potencial destrutivo semelhante a um ataque nuclear.
O míssil Orechnik, cuja nomenclatura se traduz como “aveleira” em russo, foi utilizado em um dos maiores ataques até o momento nesta guerra, com foco na infraestrutura energética da Ucrânia. A ofensiva incluiu o uso de mísseis de cruzeiro Kalibr, que foram lançados em grande quantidade, ameaçando intensificar os já frequentes apagões que a população ucraniana vem enfrentando, especialmente com a proximidade do inverno.
Na manhã do ataque, Kiev registrou temperaturas próximas de zero, e muitos cidadãos buscaram abrigo em estações de metrô devido aos alertas de nova ofensiva militar. Estima-se que 97 drones tenham sido lançados, com apenas 35 deles sendo interceptados pelas defesas ucranianas. Além disso, foram utilizados 85 mísseis Kalibr e outros tipos de mísseis que foram parcialmente derrubados. Este padrão de uso massivo de armamento caro, como os mísseis Kalibr, indica uma mudança na estratégia russa, que anteriormente parecia estar preservando esses recursos.
Zelenski destacou que a nova ofensiva utilizou mísseis com munições do tipo cluster, as quais são controversas e amplamente condenadas. Apesar da dificuldade em confirmar os números exatos, a magnitude desse ataque sugere que a Rússia está disposta a intensificar o conflito, afetando diretamente a vida da população civil.
Em resposta à situação crítica, o governo ucraniano anunciou a implementação de apagões controlados em todo o país, buscando aliviar a pressão sobre a rede elétrica enquanto se realizam reparos. As centrais nucleares ainda operacionais foram desconectadas da rede elétrica como medida de segurança, em um esforço para evitar problemas maiores durante esta fase de conflito.
Com a escalada das tensões, Zelenski repetidamente solicitou mais ajuda militar do Ocidente, especialmente em relação ao fornecimento de baterias de defesa aérea, um item de difícil aquisição, mesmo entre os países da Otan. A situação permanece crítica, com os cidadãos ucranianos enfrentando desafios severos em meio a uma guerra que continua a se intensificar.