O Ministério da Justiça da Coreia do Sul anunciou, em uma atualização nesta segunda-feira (9), que decidiu proibir o presidente Yoon Suk-yeol de viajar para o exterior. Essa medida ocorre enquanto o presidente está sob investigação em decorrência da recente imposição da lei marcial.
Investigação e Proibição de Viagem
Durante uma audiência parlamentar, Bae Sang-up, um funcionário dos serviços de imigração do Ministério da Justiça, revelou que a proibição de viagem já foi formalizada. O procurador-chefe do Gabinete de Investigação de Corrupção para Funcionários de Alto Nível, Oh Dong-woon, também confirmou que havia solicitado a restrição devido às investigações em curso.
O Gabinete de Investigação de Corrupção, conhecido como CIO, atua junto a diversas autoridades, incluindo o Ministério Público e a polícia, para investigar a situação em torno da declaração de lei marcial feita por Yoon.
Possíveis Acusações
Recentemente, a mídia local noticiou que a polícia sul-coreana estava considerando a proibição da viagem do presidente em resposta a denúncias que incluem traição, rebelião e abuso de poder. O Partido Democrático (PD), principal força de oposição, classificou a imposição da lei como uma “rebelião inconstitucional” e apresentou queixas contra Yoon e outros altos funcionários.
Em meio a essa crise, a polícia deteve o ex-ministro da Defesa, Kim Yong-hyun, que teria aconselhado Yoon a declarar a lei marcial. Embora o presidente goze de imunidade durante seu mandato, essa proteção não se estende a acusações de traição ou rebelião.
Reações Políticas
A oposição criticou o Partido Popular do Povo (PPP), que está no poder, por não tomar medidas para destituir Yoon. O líder parlamentar do PD, Park Chan-dae, descreveu a situação como um “segundo ato de rebelião”. Além disso, uma primeira moção de destituição quase foi aprovada no Parlamento no último sábado, mas foi boicotada pelo PPP, resultando na anulação da votação por falta de quórum.
A estratégia do PPP, como explicado por seu líder, Han Dong-hoon, envolve a promessa de que Yoon não interferirá em assuntos do Estado ou externos enquanto estiver no cargo. Entretanto, essa ata foi considerada por especialistas, como Kim Hae-won, professor de direito constitucional, como um “golpe de Estado silencioso”.
Próximos Passos
O Partido Democrático já anunciou planos para tentar novamente destituir Yoon em 14 de dezembro. A imposição da lei marcial pelo presidente, realizada no dia 3 de dezembro, foi revogada seis horas após sua declaração. A situação continua a se desdobrar à medida que a investigação avança e as forças opositoras buscam alternativas para resolver a crise política no país.