Neste sábado, o Hamas anunciou a liberação de três reféns israelenses, uma ação vinculada ao recente acordo de cessar-fogo com Israel. Entre os libertados está Ofer Calderon, um israelense que obteve cidadania portuguesa durante seu tempo de cativeiro em Gaza.
Calderon, de 54 anos, requereu sua naturalização portuguesa em 2023, com base na legislação que permite que descendentes de judeus sefarditas se tornem cidadãos. Após o ataque do Hamas em 7 de outubro, o governo de Portugal acelerou esse processo com a expectativa de que ele fosse libertado em um possível acordo.
Ofer foi sequestrado junto com seus dois filhos menores durante um ataque ao kibutz Nir Oz, que resultou na morte de mais de 100 pessoas. Os filhos dele já haviam sido libertados em novembro de 2023.
Reações à libertação
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Rangel, manifestou sua satisfação com a libertação dos reféns, em especial a de Calderon, enfatizando a esperança de que esse ato represente um passo em direção à paz.
Da mesma forma, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, expressou sua expectativa de que essa liberação contribua para a concretização do cessar-fogo e a resolução do conflito na região. Ele destacou a importância de Ofer, um cidadão luso-franco-israelense, estar reunido novamente com sua família.
Além de Calderon, os outros dois reféns libertados foram Yarden Bibas, de 35 anos, que foi sequestrado com a família no kibutz Nir Oz, e Keith Siegel, de 65 anos, que havia sido capturado em Kfar Aza. A informação sobre a morte dos filhos de Bibas, segundo o Hamas, não foi confirmada por Tel Aviv, que expressou preocupação com seu destino.
Libertação de prisioneiros palestinos
Em contrapartida, os primeiros veículos com prisioneiros palestinos libertados por Israel começaram a chegar a Ramallah, na Cisjordânia. Em total, 183 palestinos foram soltos, incluindo 18 prisioneiros que cumpriam pena perpétua.
O governo israelense optou por adiar a liberação de prisioneiros, citando preocupações sobre o que classificou como uma entrega caótica dos reféns israelenses. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu protestou junto aos negociadores, considerando a situação inaceitável.
Esse novo desenvolvimento no contexto do cessar-fogo levanta questões sobre o futuro das negociações e a possibilidade de um caminho em direção à paz duradoura na região.