No último domingo para segunda-feira, o consultor de vendas Alexandre Menezes enfrentou uma situação preocupante no Hospital Infantil Francisco de Assis (Hifa) em Guarapari. Chegando com seu neto de apenas seis meses, que apresentava sintomas de bronquiolite, Menezes relatou uma espera exaustiva de mais de quatro horas por atendimento.
“Meu neto esperou mais de duas horas apenas para a consulta inicial. A médica pediu um raio-X, mas o radiologista estava em descanso, só podendo nos atender após as 5 da manhã. Os profissionais estão sobrecarregados, e a falta de médicos prejudica o atendimento”, destacou Alexandre.
A denúncia sobre esses problemas no sistema de saúde local foi levada ao Ministério Público pelo vereador Rodrigo Borges, que visitou o Hifa em 14 de março e testemunhou longas esperas por atendimento, especialmente para crianças.
“Encontrei uma situação alarmante. As crianças aguardam por períodos excessivamente longos, às vezes mais de três ou quatro horas. Isso coloca em risco a saúde dos pequenos”, afirmou Borges, destacando a demora até mesmo para pacientes classificados com a pulseira amarela no Protocolo de Manchester, que deveriam ser atendidos em até uma hora.
Em resposta, o Hifa Guarapari justificou a superlotação devido ao aumento de doenças respiratórias e do surto de dengue, ressaltando que muitos dos casos poderiam ser atendidos nas unidades básicas de saúde. No entanto, a prefeitura de Guarapari ainda não se manifestou sobre a situação.
A gestão do Hifa por uma empresa privada, mediante concessão da prefeitura, levanta questões sobre a responsabilidade financeira e administrativa diante do aumento da demanda por serviços de saúde.
O Ministério Público agora investigará a fundo as denúncias de superlotação e demora no atendimento, enquanto a população aguarda por soluções que garantam um serviço de saúde mais eficiente e acessível em Guarapari.