O cenário político no Espírito Santo está passando por mudanças significativas, especialmente no que diz respeito às estratégias dos partidos para as próximas eleições. Anteriormente, o PSB, liderado pelo governador Renato Casagrande, planejava ter presença marcante nas candidaturas deste ano, seja com candidatos próprios ou ocupando vice-presidências em chapas. No entanto, as recentes movimentações indicam uma mudança nesse panorama.
A filiação de Bruno Lorenzutti, presidente da Câmara de Vila Velha, ao MDB, é emblemática e sugere que estão sendo feitas alterações visando também o cenário político de 2026. Até então, era esperada a presença de Cael Linhalis, membro do PSB e pai do deputado federal Dr. Victor Linhalis, como possível vice na chapa do prefeito Arnaldinho Borgo em 2024. No entanto, com as mudanças no jogo político e a entrada de figuras mais conservadoras como o coronel Alexandre Ramalho, foi necessária uma nova estratégia.
A presença de um candidato mais alinhado à direita em um eleitorado que tende ao conservadorismo é crucial para fortalecer a campanha de Arnaldinho. Além disso, isso traz benefícios ao MDB, liderado pelo vice-governador Ricardo Ferraço, que busca recuperar seu espaço político no estado após momentos turbulentos.
Nos bastidores, há indicações de que o PSB pode recuar em algumas campanhas, como em Vitória com o deputado estadual Tyago Hoffmann, para fortalecer o palanque de seus aliados, especialmente porque há falta de legendas da base do governo na capital. Embora isso possa parecer inicialmente uma fraqueza dos socialistas, há uma estratégia por trás dessas movimentações.
Para as eleições de 2026, tudo indica que Casagrande será candidato ao Senado. Esse tipo de candidatura requer apoio de diversos partidos, e a composição das alianças em 2024 está sendo feita com o aval do Palácio Anchieta.
Uma das críticas frequentes dos aliados é a falta de espaço na gestão do Estado. Ao reduzir a influência do PSB nas eleições, Casagrande mostra que está ao lado de seus aliados sem impor domínio sobre seu partido, o que também ajuda a diminuir as queixas sobre falta de espaço.
O período pré-eleitoral é crucial para o governo manter influência nos partidos, antes que possíveis divisões ocorram, já que 2026 provavelmente será um ano de interesses políticos mais dispersos entre as legendas.
Essas divisões estratégicas visam colher resultados futuros, como um palanque mais diversificado que pode favorecer Casagrande como primeira opção para o Senado.