“Eu visito muita escola. É negativo o que eu vou falar: o autismo é uma das fatalidades que mais crescem no nosso município. Nós vemos um professor cuidando de quatro, cinco. Isso não é valorizar o professor. A gente vê professores pegando atestado, ficando doentes, por cuidar de pessoas com esse grau desse autismo que a gente convive em Guarapari”, disse, na ocasião. Ele também citou a necessidade de cuidados neuropediátricos para as crianças.
O TEA é um distúrbio do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação e interação social, e não pode ser reduzido a uma questão de “fatalidade”. O diagnóstico é realizado por uma equipe multidisciplinar e deve ser tratado com o devido respeito e compreensão.
“A palavra foi utilizada no momento em que defendia melhores condições de trabalho para nossos profissionais de educação”, tentou justificar o político em uma carta aberta de desculpas. No entanto, suas palavras provocaram um forte rechaço. Ele afirmou que o cuidado com alunos autistas estaria “adoecendo” os professores e sugeriu que o autismo é uma “fatalidade” crescente em Guarapari. Essa visão não só desrespeita as pessoas com TEA, como também ignora o trabalho e dedicação dos profissionais de educação.
Zé Preto, que também é deputado estadual, tentou atenuar a situação dizendo que usou uma palavra equivocada e ressaltou seu compromisso com a educação, incluindo a destinação de R$ 1,3 milhão em emendas parlamentares para instituições como a Apae e a Pestalozzi. Além disso, o deputado disse que tem dois assessores que são pais atípicos e que sua dedicação o motiva a “trabalhar, com uma equipe técnica, para oferecer soluções que nossa cidade não possui”.
No entanto, suas palavras e a tentativa de desculpas não conseguem apagar o impacto negativo de suas declarações, que demonstram uma falta de sensibilidade e compreensão sobre o autismo e as necessidades dos profissionais e alunos envolvidos.