Na primeira sessão do ano da Câmara Municipal de Vitória, realizada na manhã desta segunda-feira (03), o vereador Armandinho Fontoura (PL) proferiu um discurso marcante, emocionado e repleto de mensagens contundentes.
“Eu nunca vou esquecer. Mas Deus me guiou até aqui para uma missão maior ao lado do povo”, declarou o parlamentar no Plenário.
Este foi o primeiro pronunciamento de Armandinho após um período turbulento: 368 dias de prisão, afastamento do mandato e uma vitória expressiva nas eleições de 2024, triplicando sua votação – de 1.264 votos em 2020 para 3.076.
Em sua fala, o vereador abordou o episódio de sua prisão – acusado de “atos antidemocráticos” –, classificando-o como perseguição política e seletividade.
“Fui afastado do nosso mandato à revelia da Lei e da piedade. Fui preso 15 dias antes de tomar posse como Presidente desta Casa. Sem provas, sem processo, sem acusação, sem nem sequer indícios”, iniciou.
“O relatório final da própria Polícia Federal foi favorável a mim; registrou que não havia nada e desautorizou a Procuradora responsável pelo caso. Constrangedor. Tamanha a confusão e o vazio do procedimento, que até hoje não há denúncia do Ministério Público contra mim, e eu não fui ouvido pela PF. A verdade é que tentaram tirar a minha Liberdade”, protestou.
Armandinho também compartilhou os impactos pessoais de sua prisão. “Eu vivi um inferno na terra, tive síndrome do pânico, depressão e perdi 33 quilos”, revelou, acrescentando que cada um dos 368 dias de cárcere lhe pareceu equivalente a um ano.
O vereador ironizou que seu único “crime” foi combater a corrupção e lutar contra o sistema, “que há 20 anos subjuga com a tinta vermelha”. Em seguida, direcionou críticas ao governo Lula III e ao PT, afirmando:
“Momento sombrio para o nosso país. Um Governo que, em vez de picanha, trouxe miséria. Traiu o povo e promove um retrocesso civilizatório nunca antes visto neste país.”
Ao finalizar, Armandinho reafirmou sua determinação em continuar atuando com firmeza. “Ninguém vai nos calar”, garantiu, prometendo exercer seu mandato com rigor, fiscalizar o poder público, combater a violência, denunciar ideologias radicais nas escolas e defender os interesses dos capixabas.
“Como diria (Winston) Churchill, nós nunca vamos nos render”, concluiu, encerrando seu discurso com um tom de resistência e esperança.