Cardiologista destaca riscos cardiovasculares associados ao diabetes não controlado

0
30

No Dia Nacional do Diabetes, celebrado em 26 de junho, o cardiologista Flávio Cure, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia e da Sociedade Europeia de Cardiologia, ressalta as sérias complicações cardiovasculares associadas ao diabetes mal controlado. Entre as condições destacadas estão hipertensão, infarto do miocárdio, angina de peito, acidente vascular cerebral e aneurisma vascular.

O Diabetes Mellitus é uma síndrome metabólica complexa, caracterizada pela falta de insulina ou pela sua ineficácia no organismo, resultando em hiperglicemia persistente. Muitos indivíduos desconhecem sua condição devido aos sintomas frequentemente sutis da doença.

Cure, também coordenador do Centro de Estudos do Hospital CopaStar da Rede D’Or, enfatiza a importância de check-ups regulares com clínico geral para triagem precoce. “Sintomas como sede intensa e aumento da frequência urinária são comuns, porém o diabetes tipo 2 pode ser assintomático inicialmente”, destaca o cardiologista.

Além dos sintomas clássicos, como sede excessiva e micção frequente, o diabetes também se manifesta através de fadiga crônica e falta de energia, conforme a Sociedade Brasileira de Cardiologia. A incidência de eventos cardiovasculares graves, como infarto agudo do miocárdio e AVC, é significativamente elevada em pacientes diabéticos, sendo ainda mais grave em mulheres, com maior taxa de mortalidade.

O Brasil é o quinto país com maior incidência de diabetes no mundo, conforme o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes, com projeções alarmantes de crescimento até 2030.

Dados da mesma federação revelam que até 80% dos pacientes com diabetes tipo 2 morrem de complicações cardiovasculares. Flávio Cure enfatiza que a prevenção desses riscos envolve controle rigoroso dos fatores de risco, incluindo normalização dos níveis de glicose e colesterol, prática regular de exercícios e abandono do tabagismo.

Entre as complicações adicionais do diabetes estão a neuropatia autonômica, que pode levar a desmaios, e a insuficiência vascular periférica, culminando em condições graves como a gangrena e amputações.

Pedro Tulio Rocha, presidente da Sociedade de Nefrologia do Rio de Janeiro, destaca que o diabetes é uma das principais causas de doença renal crônica, responsável por um terço dos casos de diálise no Brasil. O aumento dos níveis de açúcar no sangue afeta negativamente os rins, contribuindo para o desenvolvimento dessas condições.

Em um estudo recente publicado no British Journal of Sports Medicine, foi observado que a prática regular de exercícios de intensidade moderada a vigorosa pode reduzir significativamente o risco de desenvolver diabetes tipo 2, especialmente em indivíduos com alto risco genético.

Para a doutora Rosita Fontes, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, o exercício físico não apenas previne o diabetes, mas também ajuda no controle da doença ao melhorar a sensibilidade à insulina e diminuir os níveis de glicemia.

Ela recomenda iniciar com atividades leves e aumentar gradualmente a intensidade e duração do exercício. É essencial que pacientes com diabetes consultem seus médicos antes de iniciar qualquer programa de atividade física, garantindo que seja seguro e eficaz para suas condições individuais.

O diabetes tipo 2, mais comum em adultos, ocorre quando o corpo não utiliza eficazmente a insulina que produz. Já o diabetes tipo 1, mais frequente em jovens, resulta da incapacidade do organismo em produzir insulina suficiente.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui