As discussões sobre a abordagem “Uma Só Saúde” ganharam destaque no segundo dia da Reunião de Ministros de Saúde do G20, que está acontecendo no Rio de Janeiro e vai até esta quinta-feira (31), quando será apresentada uma declaração final.
Este encontro ministerial faz parte da programação da presidência brasileira do G20, que inclui as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia, além da recente inclusão da União Africana. Desde dezembro do ano passado, o Brasil assumiu a presidência, sendo a primeira vez que o país ocupa essa posição no atual formato do G20, estabelecido em 2008. No final do ano, a presidência será passada à África do Sul.
Uma das diretrizes do Ministério da Saúde brasileiro durante as discussões é a promoção da abordagem “Uma Só Saúde”. Essa estratégia visa estimular a colaboração entre diferentes setores para desenvolver soluções integradas para desafios globais, como pandemias, resistência antimicrobiana, mudanças climáticas e perda de biodiversidade.
Essa abordagem reconhece a interconexão entre a saúde humana, animal, vegetal e ambiental. Sua implementação abrange medidas de prevenção de doenças zoonóticas, promoção da segurança alimentar e proteção ambiental.
Durante sua abertura no segundo dia da reunião, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou que a abordagem “Uma Só Saúde” cria oportunidades para o desenvolvimento de programas, políticas públicas e pesquisas, promovendo a colaboração entre diversas áreas para obter melhores resultados nas estratégias de saúde.
Ela enfatizou a relevância da saúde ambiental em um contexto amplo, afirmando que essa abordagem promove cooperação em todos os níveis, do local ao global, para enfrentar desafios emergentes, como pandemias e mudanças climáticas, que impactam a qualidade de vida das populações.
Com base nessa abordagem, a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA), a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) formaram uma aliança quadripartite e elaboraram o Plano de Ação Conjunto para Uma Só Saúde (2022–2026), visando trabalhar de forma coordenada.
Nísia também mencionou a importância de melhorar o acesso a vacinas, medicamentos e diagnósticos para populações vulneráveis e de fortalecer capacidades nacionais e regionais. Ela ressaltou ainda a necessidade de criar um ambiente que favoreça a inovação, a pesquisa e a resiliência.