7 de novembro de 2024
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Violência contra médicos cresce no Brasil, revela CFM

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Dados alarmantes do Conselho Federal de Medicina (CFM) mostram que a violência contra médicos no Brasil está em ascensão. Segundo levantamento divulgado nesta terça-feira (22), um médico é vítima de agressão a cada três horas, seja em unidades de saúde públicas ou privadas. O estudo, que abrange o período de 2013 a 2024, foi elaborado com base em boletins de ocorrência registrados em todas as delegacias de polícia civil do país.

Atualmente, o Brasil contabiliza, em média, nove casos diários de violência contra médicos durante o expediente. “Os números refletem uma escalada preocupante, com o aumento consistente de queixas ano após ano. O recorde foi registrado em 2023, e os dados completos de 2024 serão conhecidos apenas no próximo ano”, afirma o CFM.

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Ao todo, foram contabilizados 38 mil boletins de ocorrência envolvendo médicos como vítimas de crimes que vão desde ameaças e injúrias até agressões físicas e difamação. Esses incidentes ocorreram em hospitais, clínicas, prontos-socorros e consultórios. As médicas são as principais vítimas, representando 47% dos casos. Além disso, foram relatadas mortes suspeitas de profissionais dentro de unidades de saúde.

Em 2013, pouco mais de 2,7 mil boletins de ocorrência desse tipo foram registrados. Dez anos depois, em 2023, o número saltou para 3,9 mil, o maior da série histórica. Isso corresponde a uma média de 11 ocorrências por dia no último ano.

Os dados mostram que 66% dos casos de violência ocorrem em cidades do interior do Brasil. Os principais autores dessas agressões são pacientes, familiares de pacientes e, em menor número, pessoas desconhecidas. No entanto, também foram relatados casos de agressões cometidas por colegas de trabalho, como enfermeiros, técnicos e outros profissionais da saúde.

São Paulo, estado que concentra 26% dos médicos brasileiros, é também o que mais registra episódios de violência: dos 38 mil boletins contabilizados no país, 18 mil ocorreram no estado. A maioria das vítimas tem idade média de 42 anos, e 45% dos registros envolvem mulheres. Dentro do estado, os hospitais concentram a maior parte dos incidentes (45%), seguidos por postos de saúde (18%) e clínicas (17%).

O Paraná é o segundo estado com mais casos de violência contra médicos, com 3,9 mil registros no período analisado. Curitiba, capital paranaense, concentra 12% dessas ocorrências. Já Minas Gerais, o segundo estado com maior número de médicos do Brasil, registrou 3.617 ocorrências, sendo que 22% delas aconteceram na capital, Belo Horizonte.

Alguns estados, como o Rio Grande do Norte, não enviaram dados completos ao CFM. Em outras regiões, como Rio de Janeiro, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, foram feitas estimativas baseadas em dados parciais, já que muitos registros não especificam a profissão das vítimas.

Diante desse cenário preocupante, o CFM orienta que médicos em situações de ameaça ou agressão façam boletins de ocorrência na delegacia mais próxima ou online, e notifiquem, por escrito, as diretorias clínica e técnica do hospital ou unidade de saúde. Nos casos de agressão física, é recomendado que o médico faça exame de corpo de delito e que a direção do hospital providencie outro profissional para substituí-lo em suas funções, caso necessário.

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