8 de dezembro de 2024
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Estudo confirma terceiro caso de transmissão vertical do vírus oropouche

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Um estudo conjunto de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) confirmou o terceiro caso de transmissão vertical do vírus oropouche no Brasil, caracterizando a passagem do vírus da mãe para o bebê durante a gestação. O incidente, que resultou na morte fetal, ocorreu em agosto no estado do Ceará.

O caso foi registrado e celebrado na revista científica New England Journal of Medicine, com a divulgação feita pela Fiocruz em 6 de novembro. O virologista Felipe Naveca, chefe do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos do IOC/Fiocruz, destacou que o estudo evidencia a capacidade do vírus oropouche de causar infecções verticais.

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Sobre a Febre Oropouche

A febre oropouche é uma condição provocada por um vírus transmitido, em sua maioria, pelo mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Embora sua origem esteja concentrada na região amazônica, a doença vem se espalhando pelo restante do Brasil ao longo de 2024.

A doença é transmitida principalmente pela picada do maruim
Casos no Brasil

Em 2024, surtos de febre oropouche foram relatados em diversos países, incluindo Brasil, Bolívia, Colômbia, Peru e Cuba, além de casos isolados nos Estados Unidos e Europa. Até o momento, o Brasil registrou 8.200 casos de febre oropouche, conforme dados do Ministério da Saúde. Dentre esses casos, dois envolveram transmissão vertical, sendo um em Pernambuco, que resultou em morte fetal, e outro no Acre, que causou anomalias congênitas. Há ainda 20 casos potenciais de transmissão vertical em investigação.

O caso documentado no estudo foi identificado por um grupo de cientistas de várias instituições do Ceará, incluindo a Secretaria de Saúde do Estado e universidades locais. A gestante apresentou sintomas como febre, dores no corpo e na cabeça, na 30ª semana de gestação. Testes realizados no mês seguinte confirmaram a morte fetal.

A presença do vírus oropouche foi confirmada em múltiplos órgãos do feto, incluindo cérebro, pulmão, fígado, cordão umbilical, placenta e líquido cefalorraquidiano. Adicionalmente, exames de sangue confirmaram a infecção da mãe. O sequenciamento genético revelou que o vírus encontrado pertencia à linhagem OROVBR_2015-2024, associada ao aumento de casos de oropouche registrados em 2024.

O virologista Felipe Naveca afirmou que a análise dos genomas indica que o vírus é originário da Região Norte do Brasil e se disseminou por outros países, como Bolívia, Cuba, Estados Unidos e Itália.

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