23 de abril de 2025
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Médico explica os riscos da gordura no fígado

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Mais da metade da população adulta brasileira (60%) apresenta excesso de peso, conforme a última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). Dados recentes do Núcleo Especial de Atenção Especializada (Neae), da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), indicam que 70% dos pacientes atendidos nas unidades de saúde do estado estão com sobrepeso.

Essa condição está diretamente relacionada à esteatose hepática, popularmente conhecida como gordura no fígado. A doença, que muitas vezes não apresenta sintomas iniciais, é silenciosa, mas, se não tratada, pode evoluir para problemas mais graves, como cirrose ou câncer de fígado. A prevalência da esteatose hepática na América Latina é estimada em 44,4%.

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Fatores de Risco e Prevenção

A hepatologista Ana Carolina Pimentel explica que a obesidade, diabetes, hipertensão e dislipidemia (aumento de colesterol e triglicerídeos) são fatores de risco para o desenvolvimento dessa doença. O controle desses problemas de saúde, por meio de medicamentos específicos, é fundamental para o tratamento da esteatose.

“O tratamento varia conforme a fase da doença hepática e as condições associadas de cada paciente”, afirma a médica. Além disso, mudanças no estilo de vida, como a adoção de uma alimentação balanceada e a prática regular de atividade física, são essenciais para o sucesso do tratamento. “Evite o uso de suplementos e medicações não regulamentadas ou sem a orientação de um médico”, ressalta.

O tratamento da doença hepática gordurosa é multidisciplinar, envolvendo hepatologistas, endocrinologistas, cardiologistas, nutricionistas e outros profissionais de saúde.

Reversão Através de Mudanças de Hábitos

O cirurgião do aparelho digestivo e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Gustavo Peixoto, reforça que a maioria dos casos de gordura no fígado pode ser revertida com a perda de peso, dieta adequada e mudanças de hábitos. Medicamentos que ajudam a reduzir a gordura visceral também são eficazes. Em casos mais avançados, a cirurgia bariátrica pode ser uma solução, mas, em situações extremas, o transplante de fígado pode ser necessário.

“Independentemente do tratamento, a mudança de estilo de vida é crucial para manter os resultados a longo prazo”, enfatiza Peixoto.

História de Superação

Tânia Débora Vieira da Cunha, dona de casa e salgadeira de 64 anos, descobriu a esteatose hepática após perder 33 quilos. Tânia, que teve que retirar um tumor cerebral há 10 anos, enfrentou comorbidades como sobrepeso, mas conseguiu controlar seu peso e reduzir a quantidade de medicamentos que tomava.

Durante um check-up, ela fez um exame de elastografia hepática, que revelou a gordura no fígado, embora ela não tivesse sintomas. “Nunca bebi nem tive hepatite. Estou bem, com uma alimentação saudável e acompanhamento médico”, conta Tânia.

Evolução da Doença

Segundo a hepatologista Ana Carolina Pimentel, entre 20% e 30% dos casos de esteatose hepática podem evoluir para esteatohepatite, que é uma inflamação do fígado causada pela gordura. Se não tratada, a doença pode progredir para cirrose ou câncer de fígado.

A esteatose hepática é a principal causa de doenças hepáticas crônicas no mundo, e o diagnóstico precoce é fundamental. A elastografia hepática, um exame de imagem moderno, permite identificar a doença mesmo sem alterações visíveis no ultrassom.

O que é a Esteatose Hepática?

Popularmente chamada de “gordura no fígado”, a esteatose ocorre quando as células do fígado acumulam gordura. Embora a presença de gordura no fígado seja normal em pequenas quantidades, quando esse índice atinge 5% ou mais, é necessário tratamento.

A doença pode ser classificada em:

– Alcoólica: Causada pelo consumo excessivo de álcool.
– Não alcoólica: Relacionada a hábitos alimentares e estilo de vida inadequados, com o excesso de peso sendo responsável por 60% dos casos dessa forma da doença.

Fontes: Ministério da Saúde

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