Lançamento do Painel Saúde da População Negra
O Ministério da Saúde apresentou, na última segunda-feira (16), em Brasília, o Painel Saúde da População Negra. Esta nova plataforma foi disponibilizada em totens durante o seminário Equidade Étnico-Racial nas Redes de Atenção à Saúde e se destina a reunir dados e indicadores sociodemográficos relacionados à morbidade e mortalidade dessa população específica.
Objetivos e Funcionalidades do Painel
De acordo com o secretário substituto de Informação e Saúde Digital, Paulo Sellera, a iniciativa visa transformar dados em informações acessíveis e confiáveis, além de permitir o acompanhamento sistemático de indicadores. “O painel oferece georreferenciamento das informações, bem como gráficos e tabelas de séries históricas”, afirmou.
Eixos Temáticos da Ferramenta
O painel é estruturado em três eixos principais: enfrentamento ao racismo, características sociodemográficas e morbidade e mortalidade da população negra. Sellera observou que as comparações entre os indicadores da população negra e da população em geral indicam a necessidade de melhorias significativas no atendimento à saúde em diversas regiões do Brasil.
Dados Relevantes sobre Saúde da População Negra
O eixo de morbidade e mortalidade aborda questões críticas, como mortalidade materno-infantil, indicadores de sífilis congênita e gestacional, doença falciforme, violência, tuberculose e morte prematura por doenças crônicas não transmissíveis. Todos os dados apresentados foram validados pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente.
Histórico e Demandas dos Movimentos Sociais
O Ministério da Saúde destacou que a criação do painel atende a uma “demanda antiga” dos movimentos sociais negros, permitindo o monitoramento e a avaliação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. A ferramenta inclui indicadores de enfrentamento ao racismo, originados de pesquisas realizadas em 2021, além de dados coletados a partir de Planos Municipais de Saúde por meio do Sistema Digital dos Instrumentos de Planejamento (DigiSUS), para o período de 2021 a 2024.
Impactos das Desigualdades Raciais na Saúde
Estudos demonstram que as taxas de adoecimento e mortalidade por causas evitáveis são mais elevadas entre mulheres e crianças negras e indígenas. O Ministério da Saúde enfatizou que, embora o quesito raça/cor seja frequentemente coletado, há pouca utilização dessa informação como categoria de análise nos dados de saúde. O racismo, segundo o ministério, é um determinante social que prejudica o acesso e a qualidade dos cuidados e serviços de saúde oferecidos.