17 de janeiro de 2025
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Novo plano para combater o câncer de colo foca em rastreio e vacinação

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Cenário Atual do Câncer de Colo de Útero no Brasil

O câncer de colo de útero destaca-se como o terceiro tipo mais comum entre as mulheres no Brasil, sendo responsável por cerca de 17 mil novos diagnósticos e aproximadamente 7 mil mortes anualmente. A infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), um vírus com mais de 200 variantes, está diretamente ligada a quase 100% dos casos da doença. Entre esses tipos, os vírus 16 e 18 são os principais responsáveis, representando 70% das ocorrências.

Novo Plano Nacional para Combater a Doença

Um novo plano nacional visa transformar o câncer de colo de útero em uma doença residual nos próximos 20 anos, focando em melhorias no rastreio, tratamento e a ampliação da vacinação contra o HPV. Uma das inovações inclui a adoção de um teste molecular para diagnóstico do HPV, que substituirá o exame citopatológico atualmente utilizado. O diretor-geral do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Roberto Gil, enfatiza que este novo teste possibilita detectar a persistência do vírus, crucial para prevenir o desenvolvimento de lesões precursoras e o câncer.

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Testes e Autocoleta

Os testes moleculares estão em fase de validação, e os resultados preliminares da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam uma redução significativa dos casos de câncer e da mortalidade associada. O novo protocolo de rastreio será direcionado a todas as mulheres e pessoas com útero entre 25 e 64 anos, especialmente aquelas que nunca realizaram exames preventivos. Além disso, pretende-se implementar um sistema de autocoleta, onde a paciente poderá realizar a coleta de material para análise sem necessitar de uma consulta ginecológica, facilitando o acesso e minimizando a intimidação enfrentada por algumas mulheres durante o exame. Esse método já está sendo testado em cidades de Pernambuco e São Paulo e deve ser implantado em 2024 nas regiões Norte e Nordeste.

Desafios no Acesso ao Tratamento

Apesar da legislação brasileira prever que o tratamento para o câncer de colo de útero deve ser iniciado em até 60 dias após o diagnóstico, muitos pacientes enfrentam atrasos significativos. Dados mostram que quase 50% das pacientes começam o tratamento além desse prazo, especialmente nas regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. No Norte, esse atraso pode afetar até 65% dos casos, impactando diretamente nas taxas de mortalidade associadas à doença.

Meta da OMS e Rigor no Tratamento

A Organização Mundial da Saúde tem como metas o rastreamento de 70% das mulheres com testes de alta performance e o tratamento imediato de 90% dos casos positivos para HPV. O protocolo recomendado pelo Inca sugere a realização de uma colposcopia após a detecção do vírus, seguida de biópsia quando necessário. Para que essas metas sejam efetivas no Brasil, é essencial um aumento considerável no número de colposcopias e biópsias realizadas.

Importância da VacinaçãoContra o HPV

A vacinação contra o HPV é um pilar fundamental na eliminação do câncer de colo de útero. A meta é alcançar 90% do público-alvo, que inclui meninas e meninos de 9 a 14 anos, além de grupos vulneráveis como imunodeprimidos e vítimas de violência sexual. O Ministério da Saúde também implementou uma estratégia para alcançar jovens de até 19 anos que não foram vacinados na faixa etária recomendada.

Dados de Cobertura Vacinal e Estratégias Futuras

Até o ano passado, as meninas apresentaram uma cobertura vacinal média de 81,1%, com variações significativas entre os estados. A vacinação de meninos é preocupante, com uma média de apenas 56,9% em todo o Brasil. Recentemente, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) introduziu um esquema de vacinação que agora requer apenas uma dose, simplificando o processo e aumentando a adesão. Em 2023, mais de 6 milhões de doses foram distribuídas, com a intenção de melhorar as taxas de cobertura, especialmente entre os meninos, em 2024.

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