Com o avanço da idade, muitos idosos apresentam um estado de fragilidade, marcado por perda de peso, cansaço frequente e fraqueza. Esses sinais podem ser os primeiros indicadores da síndrome da fragilidade, que afeta predominantemente pessoas com mais de 65 anos, mas também pode ocorrer em indivíduos com doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e problemas cardíacos.
A síndrome da fragilidade representa uma condição de vulnerabilidade clínica, definida pela diminuição da reserva orgânica e pela capacidade reduzida de resposta a eventos estressantes, como estímulos que colocam o organismo em risco. Essa condição eleva o risco de quedas, hospitalizações e incapacidades, conforme explica o geriatra Yan Barreto, do Hospital Brasília Águas Claras.
Fatores de risco associados
A médica Priscilla Mussi, coordenadora de Geriatria do Hospital Santa Lúcia, ressalta que a baixa adesão à atividade física ao longo da vida, má alimentação, descompensação de doenças crônicas e fragilidade emocional são alguns dos principais fatores de risco para desenvolver a síndrome. Além disso, a falta de interações sociais contribui para esse quadro: “Aquele idoso que prefere permanecer em casa corre maior risco”, destaca a especialista.
As doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson, também aumentam a probabilidade de uma pessoa desenvolver a síndrome da fragilidade. Essas condições afetam as células nervosas e podem resultar em uma deterioração progressiva, comprometendo as atividades diárias do paciente.
“Isso resulta em uma deterioração progressiva, comprometendo as atividades do dia a dia”, afirma Priscilla Mussi.
Sinais e sintomas da síndrome da fragilidade
É fundamental que tanto os idosos quanto seus familiares estejam atentos a alguns sintomas, que incluem:
- Perda de peso não intencional;
- Fadiga persistente;
- Fraqueza muscular;
- Problemas de equilíbrio, aumentando o risco de quedas;
- Diminuição da força da mão (preensão manual);
- Baixa resistência para atividades cotidianas, com cansaço para realizar tarefas antes realizadas sem esforço;
- Marcha mais lenta, com diminuição da velocidade de caminhada.
O diagnóstico da síndrome da fragilidade é geralmente estabelecido quando o paciente apresenta pelo menos três desses sintomas, segundo Yan Barreto.
Prevenção da fragilidade
A síndrome da fragilidade, embora prevalente na terceira idade, não afeta todos os idosos. Adotar hábitos de vida saudáveis, como prática regular de atividade física, alimentação balanceada e controle de doenças crônicas, pode permitir que muitos idosos envelheçam de forma saudável. A atividade física regular é considerada a melhor estratégia preventiva, já que o acúmulo de massa magra é essencial para a mobilidade à medida que a idade avança.
Além disso, manter uma dieta equilibrada e seguir corretamente o tratamento de comorbidades são fatores que merecem atenção, pois ajudam a evitar complicações agudas, como acidente vascular cerebral (AVC), pneumonias e viroses diversas.
Tratamento da síndrome da fragilidade
O tratamento da síndrome da fragilidade deve ser realizado com a supervisão de uma equipe multidisciplinar focada em reabilitação física e nutricional. É recomendado que os pacientes sigam uma dieta rica em proteínas e façam o controle de doenças crônicas já existentes por meio de medicamentos e mudanças no estilo de vida, que incluem exercícios físicos supervisionados para prevenir o agravamento do quadro.
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