No universo da musculação e estética, o hormônio do crescimento (GH) tem ganhado destaque como uma alternativa para otimizar resultados. Frequentemente, praticantes de atividades físicas, como fisiculturistas, buscam a utilização do GH na esperança de conquistar um corpo mais definido e musculoso. No entanto, essa utilização fora das diretrizes médicas pode acarretar riscos sérios à saúde.
O que é o hormônio do crescimento?
O GH, ou somatotrofina, é um hormônio produzido pela hipófise, uma glândula localizada na base do cérebro. Embora desempenhe um papel fundamental no crescimento e no desenvolvimento durante a infância e adolescência, suas funções se estendem ao metabolismo e à regeneração celular na fase adulta. A secreção de GH é influenciada por várias condições, como sono, atividade física e alimentação, sendo que a maior parte da produção ocorre durante o sono profundo.
Histórico e registro na Anvisa
Descoberto na década de 1950, o hormônio do crescimento foi inicialmente utilizado para tratar crianças com deficiência hormonal. Com o avanço da biotecnologia, sua produção ganhou escala a partir dos anos 1980, mas o uso estético ainda não é aprovado no Brasil. De acordo com a Anvisa, o GH está registrado para tratamentos médicos específicos, como algumas síndromes genéticas e insuficiência renal crônica. O Conselho Federal de Medicina, desde 2023, proibiu a prescrição desse hormônio para fins estéticos.
Efeitos da suplementação
Quando utilizado de maneira controlada, o GH pode auxiliar no crescimento infantil e contribuir para a densidade óssea e a redução de gordura corporal. Entretanto, na busca por um corpo ideal, muitos ignoram os riscos associados ao uso do GH. Os efeitos colaterais podem incluir dores nas articulações, retenção de líquidos, e até diabetes tipo 2 e tumores.
Riscos do uso inadequado
Especialistas alertam que o uso indiscriminado do hormônio do crescimento pode levar à resistência à insulina e aumento do risco de câncer. O GH estimula a proliferação celular, o que pode potencializar a manifestação de tumores, especialmente em indivíduos com predisposição. Além disso, pode desencadear alterações na pressão arterial e levar a deformidades articulares, como a síndrome do túnel do carpo e acromegalia, uma condição que provoca crescimento excessivo de mãos, pés e face.
Conclusão
Apesar da tentação de recorrer ao hormônio do crescimento para atingir resultados rápidos, os riscos à saúde são significativos e merecem reflexão cuidadosa. Médicos e especialistas em endocrinologia enfatizam que não existem atalhos seguros para alcançar a massa muscular ou a definição corporal desejadas. A aposta em métodos seguros e a dedicação em práticas saudáveis são as melhores abordagens para promover o bem-estar físico.