O governador Renato Casagrande (PSB) saiu em defesa, mais uma vez, do engenheiro, amigo e correligionário Luiz Cesar Maretto que, por decisão judicial, vai continuar afastado do cargo de diretor-executivo do Departamento de Edificações e de Rodovias do Estado (DER-ES).
A 3ª Vara da Fazenda Pública Estadual e Municipal prorrogou por mais 90 dias o afastamento de Maretto, por descumprimento à primeira decisão que o proibia de ter contato com testemunhas e de se aproximar da sede e de obras tocadas pelo DER.
“Mantenho minha confiança nele”, disse Casagrande à jornalistas ao ser questionado sobre a nova decisão judicial.
O governador mantém a mesma posição do dia 2 de maio, quando, em entrevista, avaliou que Maretto não havia cometido “nenhuma irregularidade”.
“Na nossa avaliação, não tem irregularidade. Vamos buscar esclarecer na Justiça que as decisões que o Maretto tomou foram decisões importantes para levar tranquilidade às comunidades que sofreram muito com as chuvas de 2020. E eu tenho certeza que a gente vai conseguir, que o Maretto vai conseguir esclarecer isso, porque da nossa parte não tem irregularidade”, disse Casagrande à época.
O engenheiro foi afastado do cargo no final de abril, por suspeita de improbidade administrativa, após a Justiça atender a pedido do Ministério Público do Estado (MPES), que alegou ter encontrado irregularidades em contratos emergenciais (sem licitação) do DER.
Os contratos foram firmados no início de 2020, durante o período de calamidade pública decretado em decorrência das fortes chuvas que atingiram, principalmente, o Sul do Estado. Nessa época, Maretto era diretor-presidente do DER.
No requerimento, o MPES justificou que o afastamento de Maretto do cargo seria necessário para não prejudicar as investigações e não incorrer em supostos novos ilícitos, uma vez que no cargo de diretor-executivo, ele continuava gerindo contratos. Na decisão de abril, ele foi proibido de entrar ou se aproximar da sede e das obras tocadas pelo DER e também de manter contato com testemunhas.
Porém, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPES produziu um relatório, que foi levado à Justiça, mostrando que Maretto estaria descumprindo a decisão judicial. O Gaeco chegou a anexar uma postagem do engenheiro numa rede social visitando uma obra de pavimentação em Vila Velha tocada pelo DER.
O relatório motivou a decisão pela prorrogação do afastamento, que pegou a cúpula do Palácio Anchieta de surpresa.
“Minha expectativa era de que ele pudesse retomar as tarefas no DER”, disse Casagrande, ontem, à coluna.
Se o afastamento não tivesse sido prorrogado, Maretto voltaria às atividades nessa semana ou na próxima, quando findaria o prazo de afastamento (90 dias) da primeira decisão.
CONTINUA NA GESTÃO?
Questionado se iria manter Maretto na gestão ou se iria exonerá-lo – por conta da prorrogação do afastamento –, Casagrande respondeu que o engenheiro permanece no cargo de confiança.
“Ele continua sim”.

Pela decisão judicial, mesmo afastado, Maretto continua recebendo salário.
No final da manhã de ontem, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) foi notificada da prorrogação do afastamento e oficiou o DER para cumprir a decisão. Desde o afastamento de Maretto, quem está respondendo interinamente pela Diretoria-Executiva do DER é o diretor de Projetos e Ações, Neomar Antônio Pezzin Júnior.
Maretto é engenheiro civil e servidor de carreira do DER desde 1987. Ele é filiado ao PSB desde a década de 1980 também. Atuou no primeiro mandato de Casagrande e também no do ex-governador Paulo Hartung.
Tem a assinatura em diversas entregas, como o complexo de presídios do Estado, o hospital Jayme Santos Neves – que sempre afirmou ser seu maior orgulho –, e o estádio Kleber Andrade.
	    	
		    






