“Tudo neste mundo tem o seu tempo; cada coisa tem a sua ocasião. Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar;”…
Eclesiastes 3:1-2
Num tempo de agilidade, de empresas oferecendo cada vez mais capacidade de velocidade na internet, de muitas informações que vêm e vão durante todos os dias em diversos tipos de plataformas, nós vamos absorvendo estas novas realidades e gradativamente formando uma nova maneira de viver e olhar a vida. A questão é que por mais que a tecnologia avance, a vida não deve ser banalizada a ponto de acreditarmos que poderemos aplicar os mesmos recursos para obter bons resultados de felicidade e, infantilmente, facilidade.
No texto de Eclesiastes, que por sinal, é um livro mais pé-no-chão que muitos leitores gostariam, estamos nos deparando com a questão do tempo e circunstâncias diversas, e com a expressa noção de que não possuímos o controle que tanto almejamos. Existem tempos diversos e desafiadores, assim como existem as semeaduras e o tempo certo para as colheitas. Em outro texto, diz que se não cansarmos ao ponto de desistir, chegaremos até o tempo de colher os resultados. (Gl 6:9)
Por mais que nossa alma anseie desfrutar dos tempos bons, das recompensas do esforço, a vida não é uma soma de bons resultados, mas uma soma de desafios e esforços que em algum momento produzirá aquela maravilhosa sensação de “deu certo”. Muitas pessoas estão adoecendo por fazerem uma assimilação errônea de padrões tecnológicos aos processo da vida, muitas pessoas não estão conseguindo mais compreender a complexidade de se viver de verdade, com todas as implicações de dores, desafios e alegrias que a vida humana apresenta.
Tenho sido desafiada, a cada dia, a fazer reflexões sobre minha própria vida ao lidar com o tempo das coisas “debaixo do sol”, ao reconhecer a importância dos processos, que são esforços no tempo que precisamos fazer, sim precisamos, até que possamos ver frutos e nos deliciar com eles. Não tem escapatória, por mais que desejemos, podemos melhorar, facilitar alguns passos por experiências do que fazer de forma melhor, mas nunca escaparemos dos processos e do tempo.
Na verdade, é tão libertador quando paramos e reconhecemos a realidade e nos unimos a ela, sem nos rebelar e debater como crianças birrentas, que neste momento, passamos a ser pessoas que atravessam a linha da passividade, e começam a viver do outro lado, como agentes que estão a favor das suas próprias vidas, este seria um conceito e compreensão melhor aplicado da verdadeira autoajuda.
Talvez, muitos de nós, precisamos, ainda hoje, nos unir ao Criador, àquele que pode dar a verdadeira sabedoria e a capacidade de sermos os melhores ajudantes e aliados para nós mesmos, e assim não desistirmos até o tempo da colheita. Sim, podemos crer, a colheita virá.
Reflexão muito boa e atual, costumo dizer que o “falar” é muito fácil e cômodo já o “ouvir” está cada dia mais difícil entre as pessoas. Estamos vivendo uma época que as pessoas procuram colher mais e plantar menos.