“O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), declarou que o pacote fiscal proposto pelo governo foi amplamente aprovado pelo Congresso Nacional, mesmo após algumas modificações. Segundo Alckmin, essas medidas são essenciais para que o Brasil consiga zerar o déficit nas contas públicas até 2025, que é a meta do governo.
Em entrevista à Agência Brasil, o vice-presidente destacou a importância da aprovação das propostas, enfatizando que, apesar das alterações, as partes mais significativas que visam eliminar o déficit foram mantidas. Ele afirmou que, com a eliminação do déficit, o país pode esperar juros menores e um crescimento econômico mais robusto.
Expectativas de economia com o pacote fiscal
Recentemente, o Congresso finalizou uma maratona de votações sobre um conjunto de três medidas legislativas, incluindo uma proposta de emenda à Constituição. No entanto, a estimativa de economia foi ajustada para R$ 69,8 bilhões, abaixo da previsão inicial de R$ 71,9 bilhões. Essa redução se deve às adaptações feitas pelos parlamentares, que limitaram o alcance de algumas iniciativas.
Impacto da inflação e taxa de juros
Ao ser questionado sobre a inflação, que está prevista para encerrar o ano acima do teto da meta, Alckmin atribuiu o aumento dos preços, especialmente dos alimentos, às condições climáticas adversas, como a seca. Ele criticou a estratégia do Banco Central em aumentar os juros (Selic) como resposta a essa situação, e comparou a abordagem do Banco Central do Brasil com a do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos, que exclui energia e alimentos das suas análises inflacionárias.
Alckmin acredita que o cenário para o próximo ano é promissor, prevendo um aumento significativo na produção agrícola, o que deverá gerar mais empregos e reduzir preços.
Recentemente, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar a taxa Selic em um ponto percentual, alcançando 12,25%. Essa decisão foi motivada pela alta do dólar e pela incerteza em relação à inflação global.
Ajuste fiscal e perspectiva econômica
O vice-presidente também mencionou que a desvalorização das moedas dos países emergentes ocorre em um contexto global instável, mas destacou que o Brasil pode alcançar um cenário econômico mais favorável com um ajuste fiscal eficaz.
As projeções do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024 foram ajustadas de 4,89% para 4,91%. Além disso, a previsão de crescimento da economia brasileira para este ano passou de 3,42% para 3,49%.
Expectativa com o acordo Mercosul-União Europeia
Geraldo Alckmin também comentou sobre o acordo entre a União Europeia e o Mercosul, cuja internalização deve ser realizada após a assinatura dos termos finais em dezembro. Embora o acordo já tenha avançado significativamente, ele ainda precisa passar por uma revisão legal e receber a aprovação dos parlamentos dos 31 países envolvidos.
Segundo Alckmin, a principal etapa do acordo já foi concluída, e agora o foco deve estar na sua internalização, o que representa uma grande oportunidade para o comércio exterior e, consequentemente, a geração de empregos e crescimento das empresas.
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