O Ministério da Saúde alcançou um importante marco ao completar dois anos de reestruturação da saúde na terra Yanomami, a maior reserva indígena do Brasil. Em resposta à gestão anterior, que deixou um cenário de abandono e um aumento alarmante nas taxas de desnutrição e malária, um Centro de Operação de Emergências (COE) foi mobilizado em janeiro de 2023. Este esforço visa combater os efeitos do garimpo ilegal e as denúncias de violência contra os povos indígenas.
Reestruturação no território Yanomami
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destaca que a reestruturação da saúde no território Yanomami é um reflexo do compromisso com os direitos e dignidade dos povos indígenas. Após dois anos de trabalho intenso, houve uma reintegração significativa de serviços essenciais, resultando em uma drástica redução de óbitos devido à desnutrição, malária e infecções respiratórias.
Resultados significativos na saúde
Desde a criação do COE, os dados mostram uma redução de 68% nos óbitos por desnutrição no primeiro semestre de 2024, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Também foi registrada uma diminuição de 25% nas mortes causadas por malária em relação a 2023. Paralelamente, o número de profissionais de saúde no território cresceu 155%, passando de 690 para 1.759 em 2024. As equipes são compostas por médicos, enfermeiros, dentistas, nutricionistas e agentes indígenas treinados em saúde e saneamento.
A cobertura de vigilância nutricional para crianças menores de cinco anos foi ampliada, intensificando a busca ativa por pacientes e promovendo acesso a serviços de saúde. O número de crianças com déficit nutricional aumentou de 49,2% para 51%, com 3,3 mil crianças acompanhadas no primeiro trimestre de 2024, um incremento em relação às 2,7 mil do mesmo período em 2023.
A implementação de Centros de Reabilitação Nutricional (CRN) em Surucucu, Auaris e Casai Yanomami, com uso de fórmulas terapêuticas F75 e F100, tem sido fundamental para o tratamento da desnutrição grave.
Avanços nos diagnósticos e na imunização
A ampliação no acesso a diagnósticos oportunos e tratamentos resultou em um aumento de 73% no número de exames de malária no primeiro semestre de 2024, comparado ao ano anterior. Embora os casos reportados tenham aumentado, a letalidade caiu em 35%. Além disso, a mortalidade por infecções respiratórias teve uma redução de 53% e a vacinação cresceu 58% em doses aplicadas no mesmo semestre.
Fortalecimento da infraestrutura de saúde
Desde 2023, sete polos de saúde foram reabertos, atendendo 5,2 mil indígenas antes desassistidos. Hoje, todos os 37 polos estão em funcionamento, com a construção de seis novas Unidades Básicas de Saúde Indígena (UBSI), elevando o total para 40 unidades. A construção do Centro de Referência em Surucucu, em parceria com a Central Única das Favelas e a Target Reudiger Nehberg, beneficiará 10 mil indígenas em 60 comunidades.
A Casa de Apoio à Saúde Indígena (CASAI), em Boa Vista, está passando por uma reestruturação, melhorando as condições de acolhimento e assistência para os indígenas em tratamento de saúde. Com mudanças no refeitório e lactário, mais de duas mil refeições são servidas diariamente.
O saneamento básico também foi fortalecido, com a implementação de 29 novos sistemas de abastecimento de água e a reativação de 43 outros, além de 1.500 ações de infraestrutura, totalizando R$ 44,8 milhões em investimentos na CASAI.
Iniciativas de telessaúde
A telessaúde foi aprimorada com a implementação de 35 estruturas de tecnologia da informação e 106 computadores enviados ao Distrito de Saúde Indígena Yanomami, permitindo acesso remoto a especialistas. Essas ações são fundamentais para melhorar a qualidade de vida da população yanomami.
Principais números dos avanços na saúde
– 100% dos 37 polos base de saúde em funcionamento.
– 58% de aumento de doses de vacinação aplicadas no primeiro semestre de 2024.
– 155% de aumento no número de profissionais de saúde desde 2023.
– 68% de redução nas mortes por desnutrição.
– Seis novas Unidades Básicas de Saúde construídas, totalizando 40.
– 29 sistemas de abastecimento de água implementados.
– 53% de redução nas mortes por infecções respiratórias no primeiro semestre de 2024.
– Queda de 27% no número total de óbitos comparado ao ano anterior.
– 35% de diminuição nas mortes por malária.
Essas iniciativas representam um esforço contínuo e eficaz na melhora da saúde e bem-estar dos povos indígenas yanomami.







