As 16 comissões permanentes do Senado desempenham um papel vital no funcionamento legislativo, embora frequentemente recebam menos atenção do público em comparação com o Plenário. Essas comissões são fundamentais para a análise e tramitação de projetos de lei e possuem diversas atribuições além de apenas discutir propostas. São responsáveis pela convocação de ministros, sabatina de candidatos, fiscalização de atos do governo federal e condução de audiências públicas, incluindo aquelas solicitadas por entidades da sociedade civil.
Função das comissões permanentes
As comissões estão no cerne das discussões e negociações sobre mudanças legislativas. Por exemplo, em 2024, o Senado trabalhou na regulamentação da reforma tributária com o PLP 68, que reformulou tributos sobre consumo no Brasil. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) foi incumbida de avaliar as mudanças propostas, e após uma extensa análise e debates, elaborou um projeto substitutivo robusto, com mais de 500 artigos.
Importância da escolha de lideranças
Os trabalhos nas comissões só começam após a seleção dos presidentes e vices, o que ocorre geralmente nas primeiras semanas de fevereiro, dependendo de acordos partidários. A escolha dos membros é feita pelos líderes dos partidos e blocos, considerando a proporcionalidade partidária, e as maiores siglas costumam ter a prioridade nas presidências das comissões mais influentes.
As comissões também são responsáveis pela análise e votação de projetos em caráter terminativo, podendo evitar a apreciação adicional no Plenário. Elas têm a capacidade de sugerir emendas ao Orçamento, convocar autoridades para esclarecimentos e supervisionar a execução de políticas públicas federais.
Características das principais comissões
A CCJ e a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) são algumas das mais disputadas. A CCJ, com 27 membros, avalia a constitucionalidade das propostas e realiza sabatinas para o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ). A CAE se concentra em questões econômicas, discutindo políticas de crédito e comércio exterior, além de sabatinar ministros relacionados ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ao Banco Central.
Outro grupo relevante é a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), que realiza sabatinas para indicações de embaixadas e aborda questões diplomáticas. Essas comissões são essenciais para o devido funcionamento do Senado e garantem que as propostas sejam discutidas de forma aprofundada antes de chegarem ao Plenário.
Comissões mistas e Processo Eleitoral
Os senadores também fazem parte de comissões mistas do Congresso Nacional, como a Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), onde são votadas as principais leis orçamentárias. A presidência dessa comissão alterna entre senadores e deputados, dando espaço à participação de ambas as Casas.
O processo de eleição de presidentes nas comissões consiste em várias etapas, começando pela indicação dos membros pelos líderes partidários. Após a formação das comissões, os presidentes e vice-presidentes são eleitos por votação secreta. Em caso de empate, uma nova votação é realizada, e se persistir o empate, é eleito o membro mais idoso.
Comissões Permanentes Temáticas do Senado
O Senado conta com 17 comissões permanentes, sendo 16 temáticas e uma Comissão Diretora. Cada uma dessas comissões é crucial para a análise de propostas e enhance o debate legislativo. Entre elas, destacam-se:
– CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) – 27 titulares
– CAS (Comissão de Assuntos Sociais) – 21 titulares
– CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) – 27 titulares
– CCT (Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informática) – 17 titulares
– CRE (Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional) – 19 titulares
Com essas comissões, o Senado garante uma análise detalhada e responsável das propostas antes de serem apresentadas para votação no Plenário.







