A disputa entre Grêmio e Vitória pela transferência do lateral-esquerdo Lucas Esteves continua gerando polêmica no cenário esportivo. De acordo com especialistas consultados, o mais provável desfecho deste conflito é a transferência do atleta para o Grêmio.
Recentemente, o clube gaúcho pagou a multa rescisória de US$ 1 milhão (aproximadamente R$ 5,9 milhões) ao Vitória. Entretanto, o clube da Bahia devolveu o valor e alegou que pretende ativar uma cláusula do contrato que permitirá a renovação do vínculo do jogador por apenas US$ 100 mil, caso outra equipe pague a multa.
O Grêmio, que entende que cumpriu todos os requisitos acordados, enviou o número da conta ao Vitória para que o depósito fosse feito. Entretanto, o Vitória tenta agora segurar Lucas Esteves alegando essa cláusula em seu contrato. O lateral, de 24 anos, teve uma atuação destacada no último Campeonato Brasileiro.
Especialistas em direito esportivo afirmam que essa cláusula não é válida e deve ser considerada nula. Fernanda Soares, especialista na área, classificou a clausula como inédita, ressaltando que nunca tinha se deparado com algo semelhante em sua experiência. Para ela, a cláusula é abusiva e limita a liberdade do atleta.
Outro especialista, Higor Maffei Bellini, também criticou a cláusula, considerando-a uma “armadilha” para manter Lucas Esteves no clube. Ele enfatizou que a cláusula contraria os princípios do direito contratual e tem a intenção de impedir o atleta de se transferir, mesmo que o clube esteja recebendo a multa.
Ambos os especialistas concordam que, ao se pagar a multa, o atleta deve ter a liberdade de deixar o clube. A visão é que ninguém deve ser obrigado a permanecer em um contrato contra sua vontade. Segundo Fernanda, o que o Grêmio fez está dentro da legalidade.
Diante do impasse, o Vitória acusou o Grêmio de aliciamento, alegando que Lucas Esteves foi abordado antes da renovação contratual. Contudo, Higor Maffei não vê essa situação como aliciamento, afirmando que pagar a multa está em conformidade com a lei.
Atualmente, Lucas Esteves entrou com ação na Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) buscando sua liberação para se apresentar ao Grêmio. O seu empresário, Marcelo Robalinho, também criticou o Vitória pela confusão na negociação, destacando que a Lei Pelé foi criada para proteger a liberdade dos atletas e não permitir que sejam tratados como mercadorias.
Dessa forma, a questão ainda se arrasta e pode ter desdobramentos importantes no futuro do jogador e nos clubes envolvidos.







