Dentro das atuais condições físicas do elenco, aquele que poderia ser considerado o atual time ideal do Palmeiras tem pelo menos quatro jogadores contratados nesta temporada.
Bruno Fuchs, Emiliano Martínez, Facundo Torres e Vitor Roque, se não são os donos das suas posições, ao menos têm favoritismo para jogarem nos setores que vêm ocupando. Lesionado, Lucas Evangelista é mais um na mesma situação — nesse caso, talvez roubando a vaga de Martínez.
Fruto dos bons jogos do quinteto, a preferência de Abel também se dá pelo fato de o técnico ter rompido com algumas ideias que vinham sendo levadas a campo neste ano. Como, por exemplo, ter voltado a adotar três zagueiros em detrimento das duplas de zaga que costuma escalar.
Palmeiras ganhou alternativa de bola enfiada quebrando linhas
A mudança estrutural, que permite ao time jogar mais com bolas quebrando linhas em profundidade, também são o que tem garantido bons momentos de Facundo — bem como os de Vitor Roque.
No lance do gol da vitória sobre o Cerro Porteño (1 a 0), o uruguaio foi inteligente para se deslocar nas costas da defesa e receber lançamento de Murilo, que terminaria com Ríos balançando a rede.
Fuchs é mais um que tem se beneficiado da nova forma do Palmeiras jogar. Assim como na vitória sobre o Sport (2 a 1), pelo Campeonato Brasileiro, o ex-jogador do Atlético-MG foi um dublê de lateral pela direita em vários momentos, num esquema sem lateral de ofício — sem Mayke e Rocha, Abel preferiu deixar Giay no banco.
Na concorrência com Micael, que chegou junto com ele ao clube, Fuchs é agora o preferido para formar o trio defensivo ao lado de Gómez e Murilo.
Já na volância, quem perdeu prestígio foi Aníbal Moreno. Indiscutível no ano passado, o camisa 5 está atrás de Emiliano e de Evangelista.
Enquanto os reforços de 2025 vão se firmando, a grande contratação de 2024 vai, enfim, dizendo a que veio. Felipe Anderson fez ótima partida diante do Cerro e deve ficar com a vaga de Raphael Veiga, que luxou o ombro esquerdo.
Pela primeira vez, Felipe atuou mais de 80% do jogo pelo lado direito no Palmeiras, caindo pelo meio em alguns momentos. Abel, que mudou de ideia sobre como usar o jogador, reconheceu a boa atuação do seu meia:
— É muito mais fácil quando as pessoas têm mais paciência. Ele tem qualidade, jogou em clubes extraordinários. Esse ano, pelas lesões que tivemos, ele jogou de 7, 11, 10… E se calhar, tem sido um dos jogadores que mais tenho prejudicado pelo que a equipe precisa. É bom vê-lo fazer um bom jogo. Pode jogar muito bem ali, até fechar o corredor como lateral. É um atleta robusto, físico e com técnica — disse o português.
Na zona mista, após o jogo, Felipe comentou sua atuação e sua adequação ao Palmeiras:
— Às vezes, tem jogadores que chegam e encaixam muito rápido no estilo de jogo. Demorei um pouco mais. Mas, como em todos os lugares da minha carreira, abaixei a cabeça e treinei. Trabalhei, me coloquei à disposição em qualquer posição que o clube precisar — disse.
— Estou à disposição do mister, pode contar comigo em qualquer posição. Preciso sempre acelerar essa adaptação, mas estou muito feliz em contribuir com a equipe. Hoje foi um dia feliz, consegui demonstrar minha característica.
Indagado sobre a partida diante do Cerro ter sido seu melhor jogo no Palmeiras, ele não titubeou:
— Creio que sim (melhor jogo pelo Palmeiras), pela circunstância, importância, pelo momento que estamos vivendo. Começar na Libertadores com duas vitórias era primordial. Creio que foi um dos melhores sim.
