O Espírito Santo se consolidou em 2024 como um dos principais exportadores de café do Brasil, especialmente no segmento de café conilon. De acordo com o Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV), os portos capixabas foram responsáveis por 75% das exportações nacionais dessa variedade e 17% das exportações totais de café, com mais de 8 milhões de sacas enviadas ao exterior. Entre os principais destinos, destacam-se Bélgica (que importou 65,2 mil toneladas), México, Alemanha, Itália, Estados Unidos e Turquia.
Apesar desse desempenho expressivo, a infraestrutura portuária ainda impõe desafios. O Porto de Vitória enfrenta limitações para atracação de grandes navios porta-contêineres, o que obriga a reembarcação da carga em portos de maior porte, elevando custos e tempo de transporte. Além disso, a escassez global de contêineres, congestionamentos logísticos e o aumento da importação de veículos elétricos agravaram os atrasos nos embarques, com esperas de até quatro meses.
“Como resultado, muitos exportadores precisaram buscar alternativas, direcionando embarques para Santos (SP) e Porto do Açu (RJ). Aproximadamente 3,5 milhões de sacas foram escoadas por portos de outros estados em 2024”, afirmou o presidente do CCCV, Fabrício Tristão. Ou seja, não fossem esses gargalos, o estado poderia chegar à marca de 12 milhões de sacas escoadas por seus portos.
Para contornar essas dificuldades o CCCV e a Vports firmaram uma parceria que prevê a implementação do sistema break bulk, no qual a carga é posicionada solta no porão dos navios, dispensando contêineres. Além disso, um estudo de viabilidade busca ampliar a capacidade de armazenamento do Porto de Vitória para até 1 milhão de sacas, reduzindo gargalos e aumentando a competitividade do terminal.
A expectativa do CCCV é que, com investimentos adequados, o Espírito Santo amplie ainda mais a participação capixaba no mercado global. Além da modernização do Porto de Vitória, novos projetos, como os portos da Imetame, Petrocity e Porto Central, ao lado da ampliação das operações do Portocel, indicam um cenário promissor para o futuro das exportações de café no estado.