A decisão dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil pode trazer impactos significativos para o agronegócio nacional. Entre os setores mais afetados estão o de suco de laranja, café, carne bovina e frutas frescas.
O suco de laranja é um dos itens mais sensíveis à mudança. Os Estados Unidos já aplicam uma tarifa elevada sobre o produto, e a nova medida tornaria o suco brasileiro ainda menos competitivo no mercado norte-americano, que é o segundo maior destino da bebida produzida no país. Com uma safra promissora em andamento, há o risco de acúmulo de estoques e queda nos preços internos caso as exportações diminuam.
O café brasileiro, especialmente da variedade arábica, também está na lista de preocupações. Os Estados Unidos são o principal consumidor mundial e compram grande parte da produção brasileira. Como o país não produz café, o aumento no custo de importação deve afetar desde as torrefadoras até as cafeterias, o que pode levar a uma retração nas compras externas.
No setor de carnes, o impacto também pode ser relevante. Os Estados Unidos são o segundo maior destino da carne bovina brasileira. Embora os embarques tenham crescido no primeiro semestre do ano, a imposição da tarifa pode inibir novas compras e provocar uma reorganização nos mercados de destino.
Para as frutas frescas, como manga e uva, a preocupação é com a proximidade da safra e da janela de exportação. Produtores já demonstram receio de comprometer embarques programados, o que pode afetar diretamente o escoamento da produção.
A redução nas exportações pode gerar excesso de oferta no mercado interno, com consequente queda nos preços pagos aos produtores. Diante desse cenário, especialistas alertam para a necessidade de articulação diplomática, a fim de tentar reverter ou minimizar os efeitos da medida, preservando a competitividade do agronegócio brasileiro e a estabilidade dos mercados.
 
	    	 
		    






