O Ministério da Saúde anunciou uma nova etapa rumo à autonomia na área da saúde: o Brasil começará a produzir nacionalmente a vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), em parceria com a Pfizer, e o medicamento natalizumabe, usado no tratamento da esclerose múltipla, em cooperação com a Sandoz. Ambos serão fabricados pelo Instituto Butantan.
A expectativa é de que as primeiras 1,8 milhão de doses da vacina sejam entregues ainda neste ano, com início da distribuição pelo SUS previsto para a segunda quinzena de novembro. O imunizante será oferecido em dose única a gestantes a partir da 28ª semana, com o objetivo de transferir anticorpos ao bebê e protegê-lo nos primeiros meses de vida — período de maior vulnerabilidade às infecções causadas pelo VSR.
A doença é responsável por cerca de 80% dos casos de bronquiolite e 60% das pneumonias em crianças menores de dois anos. Estima-se que no Brasil cerca de 20 mil bebês com menos de um ano são hospitalizados anualmente em decorrência do vírus. A nova vacina tem o potencial de prevenir até 28 mil internações por ano e beneficiar aproximadamente 2 milhões de recém-nascidos.
Além disso, o país também passará a produzir o natalizumabe por meio de uma Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP). O medicamento, já ofertado pelo SUS desde 2020, será fabricado localmente, reduzindo a dependência de fornecedores externos e ampliando o acesso dos pacientes com esclerose múltipla, especialmente da forma remitente-recorrente de alta atividade — que corresponde a cerca de 85% dos casos e frequentemente não responde bem a outros tratamentos.
Foto: Tony Winston/Agência Brasília
 
	    	 
		    






