O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o uso de “velhas retóricas” que, segundo ele, ainda servem de justificativa para intervenções em países soberanos. A declaração foi feita durante discurso em reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) com a União Europeia, realizada nesta sexta-feira (8).
Lula afirmou que o mundo vive um momento em que o discurso de defesa da democracia e dos direitos humanos muitas vezes é usado de forma distorcida para legitimar sanções e ações militares contra nações consideradas incômodas aos interesses das grandes potências.
“Precisamos rejeitar, de forma veemente, a instrumentalização desses valores universais. Não podemos permitir que princípios tão importantes sejam usados como pretexto para intervenções, bloqueios e punições unilaterais que ferem o direito internacional”, disse o presidente.
Durante sua fala, Lula reforçou a necessidade de fortalecimento do multilateralismo, defendendo que as decisões globais devem ser tomadas de maneira equilibrada e com respeito à soberania de cada país. Ele destacou ainda a importância de uma nova governança internacional, na qual América Latina e Caribe tenham maior representatividade.
O presidente voltou a criticar o uso da força militar como ferramenta de resolução de conflitos e apontou o diálogo e a diplomacia como únicos caminhos legítimos para a paz. “O mundo não precisa de mais armas, mas de mais pontes de entendimento”, afirmou.
Lula também ressaltou que a América Latina tem o dever de se posicionar de forma independente no cenário global, mantendo relações com diferentes blocos e buscando soluções próprias para seus desafios.
O discurso foi bem recebido por líderes de países latino-americanos e europeus, que destacaram a importância de um debate mais equilibrado sobre as relações internacionais e o papel das potências na manutenção da paz mundial.
Foto: Ricardo Stuckert







