Os senadores que integram a CPI do Crime Organizado ouviram o diretor de Inteligência Penal da Senappen, Antônio Glautter de Azevedo Morais, em uma sessão voltada a esclarecer a situação dos presídios brasileiros. Ele apresentou números sobre a população carcerária e falou sobre o funcionamento das unidades prisionais.
De acordo com o diretor, o país tem atualmente cerca de 702 mil pessoas presas, mas o sistema dispõe de pouco mais de 500 mil vagas, o que deixa evidente a superlotação das cadeias. Mesmo com esses dados, os parlamentares consideraram as informações insuficientes para orientar decisões mais concretas.
Entre as principais cobranças feitas pelos senadores estão dados detalhados sobre reincidência criminal, eficácia da tornozeleira eletrônica e a forma como os detentos são distribuídos entre diferentes facções. Para eles, essas informações são essenciais para entender como o crime organizado influencia o ambiente prisional.
Morais também comentou que o órgão monitora dezenas de organizações criminosas que atuam no país, algumas de alcance regional e outras com conexões internacionais. Ele defendeu a adoção de medidas previstas no Plano Pena Justa, que busca reduzir a superlotação oferecendo alternativas ao encarceramento em casos específicos.
Durante a sessão, alguns parlamentares alertaram que manter presos de menor risco em ambientes superlotados aumenta a chance de cooptação por facções. Outro ponto levantado foi a dificuldade de implementar qualquer plano sem previsão orçamentária adequada.
O diretor ainda comentou sobre o modelo dos presídios federais, afirmando que são considerados referência por terem regras mais rígidas, como a restrição de visitas íntimas e o controle mais eficaz para impedir a entrada de celulares e outros itens proibidos.
Ele reforçou a necessidade de valorização da Polícia Penal e destacou investimentos recentes em tecnologia para melhorar as revistas e o monitoramento das unidades prisionais.
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado





