Desde agosto de 2018, quando foi usado pela primeira vez em um torneio nacional no futebol brasileiro, no jogo entre Santos e Cruzeiro pelas quartas de final da Copa do Brasil (vitória da Raposa por 1 a 0), o árbitro de vídeo (VAR) acumula polêmicas e reclamações. Mas por que o VAR é tão ruim no Brasil? Ou isso é impressão somente dos torcedores?
Na sexta rodada do Brasileirão, o recurso voltou a enfurecer jogadores, torcedores, treinadores e dirigentes.
Na Vila Belmiro, dirigentes do Santos chegaram a invadir o campo para reclamar dos dois gols anulados pela arbitragem no jogo contra o Flamengo. Após a partida, que terminou com vitória rubro-negra por 1 a 0, o técnico Cuca, do Santos, também reclamou dos critérios.
No sábado (29), a fúria dos botafoguenses foi ainda maior. Também foram dois gols anulados após revisão do VAR. O segundo deles, na boa, foi uma vergonha! O VAR chamou o árbitro de campo, Thiago Duarte Peixoto, para revisar uma disputa de bola na qual ele, o VAR, entendeu que houve falta de Matheus Babi em Patrick. Mas o árbitro estava de frente para o lance e não entendeu assim. Deixou o jogo seguir e, na sequência, saiu o gol do Bruno Nazário, depois anulado.
Ao final da partida, o goleiro Gatito Fernández deu um chute na cabine do VAR que fica próxima ao gramado e, por causa disso, pode ser suspenso pelo TJD. Tudo bem que ele extrapolou, mas quem não fica irritado com o VAR?

Na minha opinião, o árbitro de campo está totalmente perdido no futebol brasileiro. Fica inseguro para marcar o que viu e acaba deixando para o VAR apitar o jogo. Mas para não ficar na minha opinião, fui ouvir um especialista.
Conversei com o ex-árbitro Wallace Valente. Com mais de 650 jogos em Campeonatos Brasileiros das Séries A, B e C, ele concorda com a maior parte das críticas feitas ao uso do VAR no País.
“De fato, os árbitros estão bem confusos e inseguros quanto ao uso do VAR. A meu ver, há uma interferência exagerada e isso está gerando muita insegurança nas decisões da arbitragem e, assim, refletindo negativamente no jogo”, avalia Valente.
VAR mandão
O ex-árbitro também mostra preocupação com a falta de autonomia que o árbitro de campo tem mostrado no Brasileirão: “Aí é que está o grande problema. O árbitro perdeu totalmente a autonomia. Perder autonomia gera insegurança. Sem segurança, aumentam os erros e, no final, esse uso exagerado da tecnologia acaba mais atrapalhando que ajudando”.
Para encerrar, Wallace Valente faz uma comparação curiosa: “Acho que o que falta não é transparência, mas sim critérios mais simples. O futebol está virando videogame”.
 
	    	 
		    






