Estoques da Dívida Pública Federal em Novembro
O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) atingiu R$ 7,204 trilhões no encerramento de novembro, apresentando um aumento de R$ 131,17 bilhões (1,85%) em comparação ao mês anterior. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) subiu de R$ 6,748 trilhões para R$ 6,863 trilhões (1,71%), impulsionada por uma emissão líquida de R$ 56,88 bilhões e apropriação positiva de juros de R$ 58,75 bilhões. Em contraste, a Dívida Pública Federal externa (DPFe) cresceu 4,78% no mês, alcançando R$ 340,76 bilhões (US$ 56,29 bilhões), sendo R$ 286,41 bilhões (US$ 47,31 bilhões) da dívida mobiliária e R$ 54,34 bilhões (US$ 8,98 bilhões) da dívida contratual.
Detalhes do Relatório Mensal da Dívida
As informações foram apresentadas no Relatório Mensal da Dívida (RMD) de novembro de 2024, elaborado pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN). A coletiva virtual de imprensa ocorreu no dia 26 de dezembro e foi transmitida pelo canal oficial do Tesouro Nacional no YouTube. Participaram representantes de diferentes áreas da STN, que abordaram a situação da dívida pública e sua conformidade com o Plano Anual de Financiamento (PAF).
Expectativas do Mercado e Variações na Política Fiscal
O relatório indica que, em novembro, a expectativa de uma política fiscal expansionista nos Estados Unidos influenciou uma alta nas ações americanas e na cotação do dólar. Entretanto, a continuação do conflito entre Rússia e Ucrânia e preocupações com uma guerra comercial elevaram a cautela nos mercados globais. No Brasil, a curva de juros experimentou uma elevação devido a expectativas sobre a política monetária local e o recente pacote de corte de gastos enviado ao Congresso.
Distribuição dos Detentores da Dívida
As Instituições Financeiras são os principais detentores da DPF, representando 28,4% do total, seguidas por Previdência (23,7%), Fundos de Investimentos (22,1%) e Não Residentes (11,25%).
Análise dos Vencimentos da Dívida
O percentual de vencimentos da DPF nos próximos 12 meses apresentou uma leve redução, de 18,11% em outubro para 17,91% em novembro. A proporção de títulos da DPMFi a vencer em até 12 meses também diminuiu, indo de 18,13% para 17,92% no mesmo período. No que se refere à DPFe, houve um aumento nas obrigações a vencer, subindo de 17,60% para 17,61%, com a maioria dos títulos e contratos denominados em dólares.
Emissões e Resgates da Dívida
No mês de novembro, as emissões da DPF totalizaram R$ 83,28 bilhões, enquanto os resgates foram de R$ 26,90 bilhões. As emissões da DPMFi somaram R$ 82,98 bilhões, com a maior parte destinada a títulos com remuneração por taxa flutuante.
Custo Médio da Dívida Pública
O custo médio do estoque da DPF acumulado em 12 meses subiu de 11,17% ao ano em outubro para 11,53% em novembro. O custo médio da DPMFi também aumentou, atingindo 10,79%, enquanto a DPFe registrou um custo médio de 28,79% ao ano.
Reserva de Liquidez da Dívida
A reserva de liquidez, ou colchão financeiro, cresceu 4,09% em termos nominais, passando de R$ 822,42 bilhões para R$ 856,10 bilhões. Essa reserva é suficiente para cobrir os vencimentos dos próximos 7,25 meses.
Leilões de Títulos da Dívida Pública
Recentemente, o Tesouro Nacional conduziu leilões de títulos da DPF. Durante esses eventos, o coordenador-geral da área destacou que os leilões não visavam diretamente controlar o câmbio ou os juros, mas sim estabilizar os preços em momentos de volatilidade.
Atividades do Tesouro Direto
No âmbito do Tesouro Direto, as vendas em novembro alcançaram R$ 5,76 bilhões, com resgates somando R$ 3,30 bilhões. Isso gerou uma emissão líquida de R$ 2,46 bilhões, sendo o Tesouro Selic o título mais solicitado pelos investidores. O estoque total do programa chegou a R$ 150,76 bilhões, representando um crescimento de 2,53% em relação a outubro.
Cenários para Dezembro e Futuros
O relatório indica que em dezembro, uma possível redução na velocidade dos cortes de juros pelo FED e mudanças no cenário político americano impactaram mercados emergentes, resultando em ajustes nos prêmios de risco, intensificando a atenção internacional sobre a política monetária brasileira.
Assista à coletiva de imprensa sobre o Relatório Mensal da Dívida (RMD) de novembro de 2024.







