A cena mais deliciosa da Copa América aconteceu com Richarlison. E não falo do pênalti batido por ele para fechar o placar da vitória por 3 a 1 sobre o Peru na final. Mas vê-lo dedicar o gol à sua bisavó, dona Julita, de 87 anos, e esquecer, tomado pela emoção, o nome dela foi sensacional!

Porque Richarlison é a cara do Brasil. Espontâneo, talvez até ingênuo, mas guerreiro e campeão.
A Copa América é do Richarlison. Com um carisma do tamanho do mundo que ele começa a conquistar, aos 22 anos, depois de sair de Nova Venécia aos 15 para tentar ser jogador profissional. Hoje, rico e campeão, mantém a simplicidade que torço que perdure para sempre. É com gente como ele que o torcedor se identifica.

Mas a Copa América é também do Everton Cebolinha. O atacante gremista de 23 anos que mostrou que é válido olhar também para o futebol jogado aqui no Brasil. Ele teve a tarefa de ocupar o setor esquerdo do ataque, local preferido do Neymar. E agora? Problema do Tite.
Everton entrou bem nas duas primeiras rodadas, ganhou a posição e só foi mal contra a Argentina. Precisa ser testado contra as seleções europeias, mas já ganhou seu espaço na Seleção. Para mim, foi o melhor jogador da Copa América.
A Copa América também é do Gabriel Jesus. Que, aos 22 anos, superou a péssima campanha da última Copa do Mundo, em que não fez um gol sequer. Agora fez dois, deu assistências e foi decisivo no clássico contra a Argentina. Mas a Copa América também é do Marquinhos, um “veterano” aos 25 anos de idade, assim como do Alisson, apenas um ano mais velho.
E é com eles que a Seleção tem que montar a sua base rumo à Copa de 2022. Alisson, Marquinhos, Casemiro, Arthur, Richarlison, Everton, Gabriel Jesus… é essa a geração do hexa.
Ainda é ele
A Copa América também é do Daniel Alves. O lateral-direito de 36 anos que se reinventa na posição. Cada vez mais um armador, ficou à vontade no papel de capitão. Fez um partidaço contra a Argentina, a melhor dele nos últimos anos (por clubes e pela Seleção). Foi bem na final. Mas também teve momentos fracos, como contra o Paraguai.
Recordista mundial de títulos (são 40), Daniel Alves, que terá 39 anos na próxima Copa do Mundo, ainda é a melhor opção para a lateral direita da Seleção. Preocupante…
Titebilidade

São 84,1% de aproveitamento, em 42 jogos. Um título. Os números da Seleção Brasileira com o Tite são excelentes. As atuações do time, nem tanto. As melhores foram nas Eliminatórias da Copa. Faz tempo…
Convocações confusas, insistência com veteranos, pouca chance para quem joga (bem) no Brasil. O título da Copa América era necessidade, até para não perder o cargo. Agora, campeão, espero ver mais ousadia nas convocações futuras do Tite. Chega de Miranda, Filipe Luís, Fernandinho, Willian… Precisamos achar novos zagueiros, laterais e meio-campistas. A fila anda, Tite!
 
	    	 
		    






