A goleada do Botafogo sobre a Cabofriense por 6 a 2 poderia ter sido o que de melhor aconteceu no reinício polêmico e precoce do Campeonato Carioca. Mas vencer a Cabofriense — que no campeonato inteiro só venceu um jogo (1 a 0 sobre o Vasco, na quarta rodada da Taça Guanabara) — não é lá tão complicado assim, né? Assim, apesar de boas impressões com Pedro Raul, Bruno Nazário e Luis Henrique, meu destaque da rodada vai para o Vasco.
Sim, o Vasco. Porque a vitória por 3 a 1 sobre o Macaé recolocou o time na disputa por vaga na semifinal da Taça Rio.
A situação não é fácil, já que o vexame do Fluminense diante do Volta Redonda deixa o time sul-fluminense com a mão na classificação. Mas o Vasco, agora com Ramon, tem ainda uma chance de classificação: precisa vencer o Madureira na última rodada e torcer para o Voltaço ser surpreendido pelo Resende.
Vivo ou não, o time voltou a dar esperança ao seu torcedor. Agora com Ramon como treinador, o Vasco foi mais ofensivo do que nos tempos de Abel Braga. Ainda que com Fellipe Bastos como titular — jogou bem, é verdade! Mas não será a solução para o resto da temporada —, o quarteto ofensivo com Benítez, Talles Magno, Vinícius e Germán Cano pode dar o que falar!
São Januário tem um histórico de goleadores. Brilharam por lá Roberto Dinamite, Romário, Sorato, Valdir Bigode, Edmundo e Luizão, para ficar em alguns nomes das décadas mais recentes. As últimas apostas, sem muito sucesso, foram em Luís Fabiano e Maxi Lópes. E, agora, Germán Cano. E estou para dizer que, dessa vez, o tiro foi no alvo certo!
Cano tem cheiro de gol! Já são oito gols — cinco no Campeonato Carioca — em 12 jogos na temporada! Para um time que vinha com dificuldade enorme de botar a bola para dentro, o argentino camisa 14 tem tudo para animar a torcida!
Mas a bola tem que chegar. Contra o Macaé, chegou até mais do que o normal. Foram cinco chances claras de gol. Ele aproveitou três! Os três gols do time na partida.

Acho que será mais complicado quando Benítez não puder jogar. O veterano Bruno César e o garoto Lucas Santos são as opções para a posição de meia de criação. O primeiro já admitiu que está mesmo devendo. Já o segundo tem que ganhar espaço aos poucos para não ser queimado.
Enfim, mesmo se o Campeonato Carioca terminar para o Vasco na próxima rodada, o otimismo está de volta ao Gigante da Colina. Bola dentro do estreante técnico Ramon!
Show do Fogão
Botafogo e Fluminense foram os dois únicos clubes que se posicionaram contra a volta do Campeonato Carioca. Foram obrigados a voltar mesmo assim. E teve show do Fogão no recomeço do time alvinegro.

A entrada em campo foi triunfal. A faixa “Protocolo bom é o que respeita vidas” foi o gol mais bonito do Botafogo na rodada. Sucinto e direto.
Com a bola rolando, os poucos dias de treino não impediram o time de golear a Cabofriense. Falei do Cano lá em cima e vou repetir o discurso com o Pedro Raul. É um achado do Botafogo. São cinco gols em oito jogos. Quando não jogou, o time sentiu falta.
Vexame do Flu
“Por isso que o Fluminense não queria jogar!”. A provocação foi repetida várias vezes durante e após o vexame tricolor na volta do time ao Campeonato Carioca. Claro, é só provocação. Mas o Flu foi um time perdido, bagunçado e inofensivo. A derrota por 3 a 0 para o Volta Redonda poderia ter sido ainda pior…
A maior derrota, no entanto, foi perder a liderança geral do campeonato para o Flamengo. Ou seja, a partir de agora — a não ser que o Fla perca para o Boavista! —, a única chance de o Fluminense fazer a final do campeonato é vencendo a Taça Rio.

Não vou analisar a questão técnica e física do time contra o Voltaço. Seria covardia com quem ficou três meses sem jogar e treinou oito dias. Taticamente, porém, foi um desastre.
As escolhas do técnico Odair Hellmann são confusas. Já eram antes da pandemia e vale lembrar que o Fluminense foi eliminado da Copa Sul-Americana pelo “poderoso” Unión La Calera, do Chile.
O time não anda. Ou melhor, anda — no ritmo que Ganso andou contra o Volta Redonda —, enquanto os adversários correm e batalham pela bola e pelos espaços. Tá difícil a vida do torcedor tricolor…
Foto principal: Rafael Ribeiro/Vasco
 
	    	 
		    






