Vencer uma luta no octógono mais famoso do mundo já é motivo de alegria e orgulho imensos. E vencer duas lutas, então? Essa é uma resposta que a capixaba Karol Rosa já pode nos contar. Menos de 48 horas após derrotar a paulista Vanessa Melo por decisão unânime na Ilha da Luta, em Abu Dhabi, a lutadora, em ascensão no UFC, deu uma pausa rápida no merecido descanso e conversou com o blog Papo do Dias.
“Nossa, eu fiquei muito feliz com a vitória! Treinei muito. Eu e meu mestre fizemos uns ajustes no meu jogo e consegui me apresentar bem. Foi difícil de dormir. Na verdade, cochilei umas três horas e só (risos)”, contou a peso-galo.
Karol Rosa tem 26 anos. Natural de Vila Velha, treina e luta pela respeitada equipe PRVT, do mestre Gilliard Paraná, no Rio. É parceira de treinos da ex-campeã peso-palha Jessica Bate-Estaca. Na equipe, está a também capixaba Jessica Delboni.
A estreia da lutadora canela-verde no UFC foi no evento de Shenzhen, na China, em agosto de 2019, quando ela venceu a mineira Lara Procópio por decisão dividida dos juízes. Na noite do último dia 11 de julho, em Abu Dhabi, a vitória foi unânime.
“Na primeira luta, eu tinha uma estratégia e não queria sair dela pra não dar nada de errado (risos). Nesta luta de agora eu consegui me soltar mais e acredito que, com o passar das lutas, vou me apresentar ainda melhor”, garante a capixaba, confiante no seu crescimento na organização mais importante do MMA mundial.
A vitória sobre Vanessa Melo foi, também, a quarta consecutiva na carreira de Karol, que antes das duas lutas pelo UFC vinha de triunfos sobre Gisele Moreira (nocaute técnico pelo Future, em abril de 2019) e Tamires Vidal (finalização pelo MMA Brutus, em março de 2019). No cartel dentro do MMA, são 13 vitórias e três derrotas.
Ilha da luta
O UFC 251 marcou a estreia da chamada Ilha da Luta. Na ilha artificial chamada Yas, em Abu Dhabi, o UFC montou o seu octógono e respeitou uma série de exigências de combate ao novo coronavírus. Foi a saída da organização para a realização de quatro eventos, sendo que o da noite do dia 11 de julho foi o primeiro. Houve confinamento de lutadores e equipes dentro das chamadas “Zonas de Segurança” e mais de 3 mil testes de Covid-19 estão previstos para os quatro eventos. E não houve presença de torcida.
“Foi tranquilo, eu consegui ouvir muito melhor meu mestre. A torcida empolga, mas sem torcida dá pra ouvir melhor o córner”, brinca Karol Rosa, que admite que foi um evento bastante diferente dos demais: “Foi tudo muito diferente. Cada lutador e seus córners tiveram que ficar em suas ‘cabines’ até serem chamados pra lutar. Foi bem diferente”.
Ranking
O cinturão da categoria peso-galo (até 61kg) pertence à brasileira Amanda Nunes. Até a última atualização do ranking, antes do evento na Ilha da Luta, Karol Rosa ainda não aparecia entre as 15 melhores da divisão. As duas vitórias nas suas duas primeiras lutas pelo UFC devem melhorar a colocação da capixaba.
(Foto: UFC/Instagram)
Com a possibilidade de uma aposentadoria da campeã Amanda Nunes, que deixou no ar essa ideia há um mês, a disputa na categoria promete pegar fogo nos próximos meses.
“Acredito que, ganhando mais uma, eu devo entrar para o ranking. Eu tenho bastante tempo pra chegar ao cinturão, preciso amadurecer no evento ainda. Mas como a categoria está muito rasa, quem sabe até o final do ano que vem”, aposta Karol Rosa.
