A final da Liga dos Campeões consagrou o Bayern de Munique, o primeiro time campeão com 100% de aproveitamento na história do torneio europeu. Mas não serviu para consagrar o campeão Lewandowski ou o vice-campeão Neymar como melhor jogador do mundo na temporada. A culpa é do Cristiano Ronaldo e do Messi!
Hein? Calma, eu sei que os dois estão fora da briga este ano. Mas a questão é que desde 2008, quando Cristiano Ronaldo ganhou o seu primeiro prêmio, somente uma única vez o troféu não ficou com ele ou com Messi. Foi em 2018, ano em que Modric foi eleito. E vamos combinar que ninguém acha que o meia croata joga mais do que os dois extraterrestres, certo?
Foram cinco prêmios para CR7 (2008, 2013, 2014, 2016 e 2017) e seis para Messi (2009, 2010, 2011, 2012, 2015 e 2019). E quase sempre o segundo colocado nessa sequência também foi um dos dois. As exceções foram Iniesta em 2010 e Van Dijk em 2019.
Até a chegada do português e do argentino ao topo do mundo, nunca havia acontecido uma polarização assim da disputa pelo trono de melhor jogador do planeta. Ronaldo Fenômeno teve disputas com Zidane, mas cada um levou “só” três prêmios para casa. Romário duelou com Baggio e cada um venceu uma vez. Ronaldinho “sobrou” nas premiações de 2004 e 2005, mas parou por aí…
Entretanto, Messi e Cristiano Ronaldo levaram a disputa para outro patamar. E isso também mudou o jogo.
Unanimidades
Lottar Matthäus foi o primeiro vencedor, em 1991. E poucos duvidavam dos méritos do alemão para isso. O mesmo serve para Van Basten (1992), Baggio (1993), Romário (1994) e Weah (1995). Ronaldo enfileirou as premiações de 1996 e 1997 sem ser questionado, assim como Zidane em 1998 e Rivaldo em 1999.
Zidane voltaria a vencer em 2000, um ano antes de Luis Figo ser eleito o melhor do mundo em 2001. Aí, sim, talvez o primeiro vencedor contestado.
Mas Ronaldo voltou a botar ordem na casa ao ganhar em 2002, novamente sucedido por Zidane em 2003. Ronaldinho foi mágico em 2004 e 2005 não deu brecha para nenhuma discussão. O prêmio voltaria a ter um campeão contestado somente em 2006, quando a Copa do Mundo pesou para a eleição de Fabio Cannavaro.
Porém, Kaká teve méritos de sobra para levar a premiação em 2007, antes de começar a era Messi/Cristiano Ronaldo. A verdade é que, desde então, ficou difícil apontar um melhor jogador do mundo que não seja um dos dois.
Vejamos o ano passado, por exemplo. Messi ganhou pelo “nome”. O vice foi o holandês Van Dijk, com Cristiano Ronaldo em terceiro. O Liverpool ganhou quase tudo, encantou o planeta, mas não conseguiu emplacar o melhor jogador do mundo!
Sucessores
E quem vai levar em 2020? Lewandowski foi campeão e artilheiro da Liga dos Campeões. Neymar foi vice-campeão, mas perdeu boa parte da temporada por causa de lesão. O Liverpool, enfim, foi campeão inglês, mas nenhum dos seus jogadores aparece nas listas dos prováveis finalistas. De Bruyne faz o caminho inverso. É citado, mas ganhou apenas a Copa da Liga Inglesa.

E o que fizeram Messi e CR7? O argentino sofreu um bocado com o fim de um ciclo do Barcelona. Tanto que especula-se que pode até deixar o clube. Cristiano Ronaldo, por sua vez, foi campeão italiano pela Juventus e vice-artilheiro do Campeonato Italiano. Mas o objetivo era levar a Juve à final da Liga dos Campeões…
Certo é que, sem os dois, qualquer vencedor do prêmio parece um “ser inferior” no mundo da bola. Até Neymar.
Fico curioso para ver quem serão os próximos protagonistas. Messi (33 anos) e Cristiano Ronaldo (35) vivem seus últimos anos de carreira. E o trono está vago.

Qual é o meu palpite? Acho que veremos o francês Mbappé no topo por um bom tempo. Lembrando que ele tem somente 21 anos (faz 22 em dezembro). Mas também não votaria nele como melhor do mundo em 2020.
“Ah, então você enrolou e não escolheu ninguém”. Bem, eu votaria no Thiago Alcântara. Para mim, seria um símbolo perfeito do tanto que joga este Bayern de Munique que já é histórico. Mas não acredito que ele vá vencer.
 
	    	 
		    






