“Desde a adoção do regime de metas de inflação em 1999, o Brasil já superou o limite máximo estipulado pela meta em oito ocasiões. O último estouro ocorreu no ano passado, conforme dados recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Análise do IPCA de 2024
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que reflete a variação do custo de vida das famílias com renda de até 40 salários mínimos, fechou 2023 em 4,83%. O governo definira uma meta de inflação de 3%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual, abrangendo assim um intervalo de 3% a 4,5%.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão responsável pela definição da meta. Composto pelos ministros da Fazenda, do Planejamento e pelo presidente do Banco Central (BC), o CMN orienta a política monetária do país.
A responsabilidade pela execução da meta e pelo controle da inflação recai sobre o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. A taxa Selic, principal instrumento utilizado para conduzir a política monetária, serve como referência para as operações de crédito e influencia diretamente a atividade econômica.
Impactos da Selic sobre a economia
Com a Selic atualmente em 12,25% ao ano, empréstimos tornam-se mais onerosos tanto para pessoas físicas quanto para empresas, resultando em um desaceleramento da atividade econômica. Isso pode ajudar a conter a inflação, mas também representa um desafio para o crescimento, investimentos e geração de empregos.
Ao longo de 2024, o Banco Central já indicou aumentar a Selic em futuros encontros, visando mitigar a pressão inflacionária.
Fatores que impulsionam a inflação
Diversos fatores contribuem para a inflação elevada em 2024, incluindo eventos climáticos, a desvalorização do real em relação ao dólar e os preços das carnes. Estes elementos são cruciais para entender as variações no índice de preços.
Importância do regime de metas de inflação
O Banco Central explica que o regime de metas tem como objetivos garantir a estabilidade dos preços e trazer previsibilidade à economia. Esse compromisso com a transparência é fundamental para o planejamento de famílias e empresas a longo prazo. Além de definir um teto para a inflação, o modelo também visa evitar uma deflação persistente, que pode ser prejudicial ao crescimento econômico.
Consequências do descumprimento da meta
Sempre que o Brasil ultrapassa a meta de inflação, o presidente do Banco Central é obrigado a enviar uma carta ao ministro da Fazenda, detalhando as causas do descumprimento, as medidas que serão tomadas e os prazos previstos para que a inflação volte aos limites estabelecidos.
No último comunicado do Banco Central, foram apontadas a alta do dólar, o aumento dos preços das commodities e a recuperação econômica como principais responsáveis pela inflação superando o limite em 2024.
Histórico de inflação acima da meta
Além do ano atual, a inflação também ficou fora da faixa tolerável em outros anos, como 2001, 2002, 2003, 2015, 2017, 2021 e 2022. Entre esses, apenas o ano de 2017 ficou abaixo do limite mínimo estabelecido, registrando um IPCA de 2,95% quando a meta era de 3%. Nos anos anteriores, como em 2002 e 2021, os índices alcançaram altos históricos.
Mudanças no critério de avaliação das metas
Até 2024, a meta de inflação era definida no final do ano. A partir de 2025, houve uma mudança no critério para um sistema contínuo, seguindo padrões internacionais. Assim, o monitoramento da inflação ocorrerá ao longo de um período de doze meses, permitindo uma análise mais dinâmica e evitando distorções por variações temporárias nos preços.
Compreender esses aspectos é fundamental para entender a situação atual da inflação no Brasil e as perspectivas futuras para a economia nacional.
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