Para os professores Simone Fuzaro e Joel Gracioso as experiências que uma criança tem no período da primeira infância terão impacto por toda a sua vida
Os primeiros anos de vida de uma criança são cruciais para o desenvolvimento infantil, pois neles se forma toda a arquitetura cerebral e se estabelecem as bases de toda a aprendizagem futuro. “Nessa etapa da vida, os estímulos adequados serão fundamentais para que a criança adquira, gradativamente, habilidade emocionais, cognitivas, sociais e intelectuais. Além disso, é nesta fase que os pequenos estão descobrindo o mundo, a si mesma como pessoa e construindo conceitos, memória e imaginário”, afirma a Educadora Simone Fuzaro.
Para Simone muitas são as teorias que definem as etapas do desenvolvimento infantil. Mas prefere dividi-las da seguinte forma: a primeira infância, tem uma etapa inicial dos primeiros mil dias e a etapa final, dos 3 aos 6 anos. Este período, em especial, é caracterizado pelo desenvolvimento acelerado do cérebro, onde a criança aprende através dos sentidos e interações com o ambiente.
Para acompanhar toda essa evolução, quatro virtudes cardeais são essenciais na formação das crianças. A Prudência, por exemplo, ajuda na inteligência para ter o discernimento do que é verdadeiro e falso ou distinguir o bem do mal; a Justiça ensina a dar ao outro o que é do outro; a Fortaleza, para enfrentar os obstáculos da vida e a Temperança, para ter a moderação dos apetites.
“A criança precisa ter bons hábitos para que ela consiga desenvolver bem as suas capacidades naturais e, consequentemente, tornar-se um adulto maduro e equilibrado”, conta o professor Joel Gracioso.
É importante lembrar que nessa etapa as crianças não identificam as suas necessidades e nem comunicam com precisão. Por isso, pais e responsáveis devem ficar atentos e iniciar o processo de educação afetiva através da implementação de bons hábitos. “Por exemplo, manejar os comportamentos imaturos vendo-os como oportunidades de desenvolvimento e aprendizagem; oferecer suporte para que explorem com segurança seu entorno e ganhem gradativa autonomia conforme forem crescendo em habilidades; estimular a aquisição de linguagem, compreender bem o desenvolvimento nesta etapa para não correr o risco de tratar a criança como “pequeno adulto” e, por fim, implementar uma relação de autoridade com os pequenos”, sugere Fuzaro.
A escola também compõe um dos cenários fundamentais no desenvolvimento infantil. “O papel da escola na Educação Infantil é de parceria da família nessa missão de construir as bases para formação da pessoa. Escola e família devem estar alinhadas nos valores e princípios para que as crianças recebam orientações claras e coerentes. É preciso também que a família confie na escola e dê a ela autoridade na condução da criança durante o período escolar”, disse a educadora.
Joel Gracioso acrescenta “A escola não deve apenas transmitir informações e bons conteúdos, mas deve criar também um ambiente que estimule a prática de determinadas virtudes. Ao contrário, a formação da criança fica muito mutilada sendo, às vezes, portadora de uma inteligência, vontade e sensibilidade, mas sem virtudes, ela não consegue fazer um bom uso de tudo isso”, conclui.
