Uma pesquisa recente aponta que 90% dos professores da educação básica e do ensino superior, em instituições públicas e privadas de todo o país, já foram vítimas diretas ou testemunharam casos de violência ou censura no exercício da profissão. O levantamento consultou mais de 3 mil profissionais da educação.
O estudo identifica diferentes formas de coerção: 58% dos professores relataram ter sofrido intimidações, 41% enfrentaram questionamentos agressivos sobre seus métodos de ensino e 35% foram proibidos de abordar determinados conteúdos. Entre os relatos também aparecem demissões, mudanças forçadas de local de trabalho, agressões verbais e físicas, suspensão ou remoção de cargo — todos como consequências da pressão para silenciar ou adaptar o ensino.
Os temas que mais geraram conflitos — segundo os entrevistados — foram política, gênero e sexualidade, religião e teorias científicas. A pesquisa aponta que o medo de represálias faz muitos profissionais se autocensurarem, evitando tratar assuntos desconfortáveis ou que julguem polêmicos.
Para quem atua na educação, o impacto dessa realidade vai além dos ataques individuais: a censura e a violência corroem a liberdade de ensinar e a diversidade de aprendizado, comprometendo o ambiente escolar e o direito à formação crítica e plural dos alunos.
Especialistas veem urgência em mecanismos de proteção aos professores e em políticas públicas que garantam segurança e liberdade no ensino — para que a escola continue sendo espaço de debate, conhecimento e cidadania.
Foto: Agência Brasil



