Iniciamos o ano de 2025 com o “Janeiro Branco”, um mês dedicado à promoção da saúde mental. Neste contexto, a Secretaria da Saúde (Sesa) faz um alerta importante à população capixaba sobre os cuidados necessários diante da crescente popularização dos jogos de azar on-line no Brasil.
Os jogos e o vício em apostas são considerados um grave problema de saúde pública, com consequências significativas para a saúde mental. Em um mundo onde muitas pessoas estão constantemente conectadas, a vida dupla entre a realidade e o ambiente cibernético exige uma atenção especial à saúde mental.
Para a psicóloga Claudia de Oliveira, que atua no Hospital Estadual de Atenção Clínica, os jogos on-line oferecem um significativo entretenimento, especialmente para os jovens. “É comum que esses jogos sirvam como uma válvula de escape. Quando jogados de forma saudável, podem estimular o desenvolvimento de habilidades cognitivas e sociais”, esclarece a profissional. No entanto, o uso abusivo desses jogos pode ocasionar problemas físicos, como má postura e sedentarismo, além de desencadear ansiedade, depressão e vícios comportamentais, semelhantes à dependência química.
A Sesa orienta familiares e amigos a ficarem atentos a mudanças de comportamento em pessoas que jogam jogos de azar. Sintomas como agitação, nervosismo, desinteresse por outras atividades e perdas financeiras nas apostas on-line são sinais que requerem atenção. Ao notar essas mudanças, é essencial procurar ajuda em um Centro de Atenção Psicossocial (Caps) mais próximo. Lá, o paciente pode receber uma avaliação especializada para identificar se existem outras condições psiquiátricas que deveriam ser tratadas.
Cuidados com a saúde mental
Identificar e entender os sintomas de distúrbios mentais não é tarefa fácil, mas é fundamental buscar ajuda profissional assim que eles forem percebidos. O suporte familiar é vital nesse processo. Aqui estão algumas dicas para manter a saúde mental em dia, mesmo para quem consome jogos on-line:
1. Defina limites de tempo e dinheiro ao jogar e cumpra-os rigorosamente, tratando o jogo como um hobby.
2. Assegure que jogos sejam apenas uma das muitas atividades de lazer. Mantenha hobbies e relacione-se socialmente fora do ambiente virtual.
3. Conscientize-se dos riscos do vício em jogos, entendendo seu próprio histórico familiar.
4. Esteja alerto para sinais de problemas, como jogar por longos períodos ou ignorar responsabilidades. Se perceber comportamentos preocupantes, busque ajuda profissional.
5. Caso haja gastos excessivos com apostas, procure aconselhamento financeiro para evitar problemas monetários.
6. Considere participar de terapias de grupo, como Jogadores Anônimos, que oferecem suporte emocional e prática para aqueles lidando com o vício.
Onde procurar ajuda
No Estado, existem 43 Centros de Atenção Psicossocial (Caps) que atendem pessoas com transtornos mentais, psicoses e neuroses. Três deles são administrados pela Sesa: Caps Cidade, Caps Moxuara e Caps Cachoeiro. Esses centros oferecem um atendimento acessível, com equipes multiprofissionais que priorizam o suporte a indivíduos em sofrimento mental.
Além disso, a Sesa também se preocupa com seus servidores, promovendo o Programa “Saúde todo dia” para conscientizá-los sobre os perigos dos jogos de azar. Marina Daleprane Bernardi, assessora técnica da Gerência de Políticas e Organização das Redes de Atenção à Saúde, enfatiza a importância de estar ciente dos riscos associados ao consumo de jogos de apostas.
A saúde mental é um tema prioritário e, com a conscientização adequada, é possível prevenir e tratar problemas relacionados ao vício em jogos, promovendo uma qualidade de vida melhor para todos.







