No domingo (12), o presidente russo, Vladimir Putin, surpreendeu ao escolher um economista civil como seu novo ministro da Defesa, numa clara tentativa de preparar a Rússia para a guerra econômica, visando uma gestão mais eficiente das despesas militares e aproveitando a inovação para obter vantagem na Ucrânia.
Depois de mais de dois anos de conflito, que resultaram em pesadas perdas para ambos os lados, Putin indicou Andrei Belousov, um ex-vice-primeiro-ministro de 65 anos com expertise em economia, para suceder seu aliado de longa data, Sergei Shoigu, 68, como ministro da Defesa.
Putin planeja que Shoigu, que liderou a pasta da defesa desde 2012, assuma o cargo de secretário do influente Conselho de Segurança da Rússia, substituindo o atual Nikolai Patrushev, além de assumir responsabilidades no complexo militar-industrial, de acordo com o Kremlin. Patrushev será realocado para uma nova posição.
Essas mudanças, previstas para serem aprovadas pelo parlamento, representam as alterações mais significativas no comando militar desde o envio de dezenas de milhares de soldados para a Ucrânia em fevereiro de 2022, durante o que Putin chamou de “operação militar especial”.
Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, afirmou que a mudança é justificada pelo fato de a Rússia estar se aproximando de uma situação semelhante à da União Soviética na década de 1980, quando os gastos militares e de segurança representavam 7,4% do PIB.
Segundo Peskov, é crucial garantir que esses gastos estejam alinhados e integrados de forma mais eficaz na economia global do país, razão pela qual Putin optou por nomear um economista civil para o Ministério da Defesa.
“Quem estiver mais aberto à inovação será aquele que sairá vitorioso no campo de batalha”, afirmou Peskov.
Belousov, um ex-ministro da Economia conhecido por sua proximidade com Putin, compartilha da visão do líder de reconstruir um Estado forte. Ele também colaborou com os principais tecnocratas de Putin, que buscam maior inovação e estão receptivos a novas ideias.
Essa mudança, que pegou a elite de surpresa, sugere que Putin está disposto a intensificar seu envolvimento na guerra na Ucrânia e a fortalecer a economia russa para o conflito, especialmente após o Ocidente ter tentado, sem sucesso até o momento, afetar a economia russa por meio de sanções.
